quarta-feira, 24 de janeiro de 2018

Longo comentário sobre um belíssimo dia de sol numa praia encantadora:
24/01/2016
A praia merece ser visitada. É divina! Vale o esforço da descida que, até pouco tempo, era feita por trilha acidentada, impossível para preguiçosos como eu... Agora, uma escada de madeira, para facilitar.

Aí, a gente chega a esse paraíso vencendo a tal escada de mais de 200 degraus, cansada, mas polianamente feliz de ter vencido tal desafio, e, como uma amiga argentina levou o maiô para se trocar lá, eu pergunto no primeiro quiosque onde há um banheiro. E a moça diz: "Tem não. O povo usa uma grutinha que tem mais pra lá, naquele canto, lá naquela ponta." E eu insisto: "mas e se a pessoa precisar ir ao banheiro, não há nenhum?". "Não, senhora! Aqui, o número 1 é no mar e o número 2 é na grutinha mesmo!" E falou rindo, me deixando "desconfortável", não com ela, claro!, mas em constatar mais uma vez como a banda toca mal em nossas bandas e seu jeito desafinado é encarado como natural.

Na saída, a mesma escada. Fui tão positiva e estive todo o tempo tão encantada com o banho - sublime! - relembrando meu espanhol portenho com o pequeno grupo, que não me atormentei durante o dia, imaginando o sofrimento da volta (subir a tal escalera, o que deveria ser pior). Digo isso, porque uma vez, indo à Ilha de Convivência, na foz do Paraíba, o barco na ida deu uma guinada tão abrupta que nos fez imaginar que iria virar. Pois bem, o dia em Convivência foi meio sem brilho, o medo da volta nos acompanhou todo o tempo. Ontem, não foi o caso.

Agora, a volta, ao subir o escadão. Até o meio, tudo bem. O coração disparado, mas sendo fiel à necessidade da sua portadora. Um cavalheiro! O único problema era eu mesma e minha falta de preparo físico. Mas, da metade em diante, me vi tomada por uma nova crítica aos nossos serviços/obras públicos. A escada vai indo bem até mais ou menos a metade. Daí para o topo, quando qualquer cidadão já está pra lá de cansado (Antes de qualquer um passar pelo outro, a respiração ofegante já anunciava sua presença), os degraus vão ficando mais altos à medida que se avança. Inacreditável, mas verdade. Ou seja: os degraus que imagino deveriam ser todos da mesma altura ou maiores no início do percurso, crescem depois, quando o cansaço já está tomando o caminhante de maneira mais intensa. "Quem projetou esta escada assim, virgem santa? (pensei) "Não teve a perspectiva do outro? O infeliz deve ser parente daquele senhor que estava na sala de espera um dia destes..." (Ver nota de rodapé)

O fato é que, apesar dos pesares, a Prainha do Pontal do Atalaia, que só conheci ontem (e olhem que já morei em Cabo Frio!) é deslumbrante e, pelo menos ontem, não estava gelada, como soe acontecer por ali.

Programaço!

(Nota de rodapé) Ultimamente, lugar cabrunco de desagradável é sala de espera de médico. Um dia desses, fui obrigada a ouvir um idiota (para mim, entenda-se) dizer a um outro cara, enquanto aguardava uma consulta médica: "Minha empregada é analfabeta de pai, mãe, madrinha, sogro e afilhado." Ao que o segundo idiota (também no meu ponto de vista) respondeu com uma baita gargalhada. Fala e resposta típicas de quem não entende - ou finge não entender - nada de ser humano, circunstâncias impeditivas ou facilitadoras da vida de cada um nesta nossa sociedade totalmente desigual.

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