quinta-feira, 1 de fevereiro de 2018

Enquanto é tempo...
1/02/2017

Eu inventei uma neta pra mim. Ainda não chegaram os rebentos que vêm de pedaços de mim? Sem problema. Eu espero, mas vou dando uma adiantada por aqui com filhos de uma barriga meio filha também mas que vem lá da Bahia e das Minas Gerais, sem nem sonhar com a planície goitacá ou terras patagônicas. Pois foi isto mesmo: não perdi tempo. Enquanto seu lobo não vem, à luta, companheira! Se está difícil confirmar que sou sujeito da História, historicamente falando, aqui no pessoal, sou dona do meu chão e planto o diamante que eu quiser. Sei lá quanto tempo ainda tenho por estas bandas daqui... Vamos adiantar esta avozice que eu quero é viver o amor na sua mais intensa integralidade.

Alguns plantam diamantes abaixo do chão. Nem sei bem para quê. Já perdi tempo pensando na utilidade de tal plantio e não consegui decifrá-lo. Mas que esses cultivadores de inutilidades existem, está cada vez mais público e notório. Não sei em que escola aprenderam tal asneira. Diamantes abaixo do chão... vejam que inutilidade... Deve ter sido numa aula antes ou depois daquela outra onde se ensina a banhar dinheiro vivo no mar. Tudo tão inadequado que nem sei por onde começar a lamentar tais equívocos e compreender sua finalidade.

Outros, e cá estou eu a provar, deixam-se brotar fazendo-se sementes que viram relações de amor, entendendo serem estas as pedras preciosas que trazem brilhos insuspeitáveis à alma e que devem ser cultivados pela entrega afetiva que humaniza e floresce em gestos da mais viva emoção.

Luna chegou a este mundo. Pequenina, deixava-se ficar em meu colo. Mas, quando os olhos deram de ver, não queria saber de mim e olhava-me desconfiada. Até chorava sem me querer por perto. Mas, minha paixão foi tão arrebatadora (fosse espírita entenderia por outras vias...) que me fiz daquele personagem bobinho de telenovela de quinta, que julga que seu amor basta para os dois, diante da indiferença da mocinha, e investi na conquista de minha neta, escolhida por mim como tal. Fiz de tudo em forma de artimanhas de conquista. Não gosta de mim por causa do cabelo branco? Vai um chapéu na cabeça. Não quer meu colo porque estou de cara limpa, sem problema: maquiagem completa para receber Luna. Mais o quê? Perfume? Roupa nova? O que for.  À conquista.

E Luna ganhou um espaço dela aqui em casa. Ganho o coração da avó inventante de neta, o mais foi consequência: uma mesa, reformada e pintada de branco, livros, papel, tintas, um banquinho feito por mim, brinquedos improvisados, bonecas que foram de Mariana, bugigangas as mais diversas, prontinhas para virar outras coisas por nossas brincadeiras. E, óbvio: eu, inteirinha, na minha total disponibilidade quando Lu Luciana Farias Sampaio ou Zeca  Zeca Azevedo anunciam que ela virá. É tomar banho e me entregar ao que iremos inventar no tempo em que estiver aqui.

No dia em que essa figurinha, ao me ver chegar junto a um grupo de pessoas queridas, e veio correndo em minha direção, na ponta dos pés, correndo, rindo incontida, eu entendi o que é a felicidade.

Vamos em frente, Luninha! Viver é alegria! Você é a minha pedra preciosa. Lapidemo-nos pelo amor! Isso vale.

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