OLHOS NOS OLHOS? NÃO!
22/02/2018
Aí vc chega ao consultório médico e é atendida pela mesma recepcionista, é, aquela que vc conheceu da vez passada e pôs suas barbas de molho, a que fala sem cessar, aproveitando qualquer deixa de qualquer dos clientes que aguardam a vez.
Ela vê um muxoxo de alguém ao receber uma mensagem pelo celular, já engata uma primeira, especulando sobre as notícias que invadem nossa privacidade... É a outra que estava cochilando e abre os olhos? Lá vem ela a falar do desânimo que o verão traz pra cada um... Não há nada que lhe pegue desprevenida: qualquer gesto do público ali reunido serve de mote para a sua intervenção, boba, desnecessária, que não leva a nada.
Eu, que cada vez quero menos perder tempo com inutilidades, ajeito-me na cadeira como quem está por adentrar um campo de batalha: “como fazer pra não abrir o flanco para a criatura que quer passar seu tempo às custas de qualquer idiota que lhe abrir, sem querer, um novo tema adequado para um insosso trelelê?
Pra mim, alívio foi quando o filho chegou pra me buscar e eu lhe prestei contas: “Até agora, invicta! Nem por um átimo de segundo deixei meu olho cruzar com o da faladeira. Não me curvei à bobice. Ou bem eu gastava meu latim em vão ou bem eu gastava minha atenção em guardar meus olhos de um cruzamento inútil. Fiquei com a segunda opção. E resguardei meu olhar para encontros mais interessantes!
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