sábado, 17 de dezembro de 2016

OBJETIVIDADE CONTRARIADA
(Escrito em 17/12/2016)

Eu já conferi pra lá de meia dúzia de vezes e é isto mesmo, meus pés estão assentados no chão. Nem foi informação de terceiros, eu mesma vi, de óculos de leitura e tudo. Um par de pés no assoalho do quarto. Os meus.
O coração, e bem ritmado, sem nenhuma extrassístole, também é notado. Ritmo normal, nem vestígio de qualquer palpitação daquelas dos meus idos tempos de fumante.
Olhos conferindo em torno, tudo conforme esperado - cada coisa em seu lugar, mesmo o livro que não consigo dar por terminado e o retrato do antigo amor, ambos na cabeceira, dormitando. Ok.
A aparência do quarto é toda ela mesma. Nem o filme do Chico que ganhei de Silvia Silvia Pedreira e o CD da Marisa Monte que acabei de ouvir se fizeram de rogados e se abstraíram, estão ali, como previsto, calados e fiéis perto do som.
Creio mesmo que continuasse a vasculhar o que vai em torno, detalhe por detalhe, não teria surpresas. Tudo está em seu lugar.


... A única ausente, escondida, amorfa, invisível, distante, sou eu mesma, consumida pelos ecos de meus sentires...



 
Eu e meu amor.

Nenhum comentário:

Postar um comentário