quarta-feira, 5 de julho de 2017

O JOGO DA VIDA
 Bato muito nas mesmas teclas. Só não canso de mim porque a repetição surge de uma vocação irresistível para meu autoconhecimento, incessantemente reclamado por minha natureza e motivador dos insistentes retornos a certos temas e questões.

Do nosso despreparo para a vida, volta e meia tento dar conta com minhas elucubrações, insistindo no quanto principalmente nós, mulheres, somos envolvidas, ilusoriamente, como se houvesse um momento mágico em nossa vida em que seriamos introduzidas no mundo da felicidade para dele não mais sair. Após um período de procura e insatisfação, certamente pelas mãos de um príncipe encantado seríamos alçadas a um novo estágio - o de ser feliz - até o final de nossos dias.

É lamentável o tempo que perdemos na crença dessa ilusão tão vagabunda. A vida nada mais é do que um jogo em que partidas ganhas e perdidas se
misturam, indefinidamente, fazendo com que convivamos ora com momentos sublimes, ora com outros, de intenso sofrimento. Esse é o jogo.

Assim, ouvir esta delicia de música  nesta manhã tão fria - e gozar com o som que esses dois artistas da maior qualidade artística fazem chegar a meus ouvidos e coração -, traz implícita a presença de alguns nós que me atingirão, mais dia menos dia.

A gangorra entre bons e maus momentos é democrática. E sua distribuição pela Humanidade não foge a essa regra de existir para todos, mesmo que em graus diferenciados...

Deixe-me então curtir este som tão magistral! Com ele, com certeza, acumulo uma certa reserva técnica de alegria para algum tropeço que esteja vindo por aí. Não me custa abastecer-me de uma tão linda dose de prevenção...

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