TACOS DE BASEBOL? DISPENSO.
30/11/2017
Andei pensando, pensando, elucubrando mesmo, dando voltas em meu pensamento, à cata de alguma solução para me safar do que me aprisiona, tão habitualmente podando meus voos em direção ao mundo e ao alívio que ele e algumas de suas pessoas promove, expulsando minhas dores. Vasculho mesmo, com devotada boa vontade, opções de vários tipos, formatos e custos (emocionais, claro!), e constato que nunca seria um taco de basebol, nem em madeira crua nem encerada, que seria capaz de tamanho prodígio em favor de minha soltura. Agressão vinda de fora? Não. Dispenso.
Tenho cá minhas tornozeleiras, sim, a reter obstáculos e pressionar-me a me manter no conhecido status de insistentes sofrências, tão minhas que já subjazem ao meu modo de ser e de ir vivendo a vida. São dores agarradas a tal ponto a cada parte minha que são daquelas que me seduzem a com elas permanecer como que num doce conluio, enevoando minha sabedoria de encontrar saídas. É rir um bocadinho e voltar ao enraizado “tadinha de mim”. O campo do conhecido, tenho que reconhecer, tem bem seus atrativos... Nao exige muito, já está a postos, disponível, prestativo.
A prisão é de segurança máxima, e contra mim mesma. Não me deixa dúvidas de que é garantidora da doentia permanência no estado geral de trancafiar quaisquer saídas que vislumbrem movimentos de superação. As dores de estimação ganham terreno e instalam-se, de verdade, em meu berço íntimo e de lá não querem se afastar, dominando gestos, quaisquer deles, que não sejam a habitual paralisia, o conhecido estado d’alma de apegos e afagos a perdas e tropeços renhidamente abraçados como meus.
Ficar onde se está, no conforto do ambiente emocional com que lidamos com intimidade é doce proteção contra nós mesmos; afastando nosso movimento de reencontrar um novo oxigênio, respirável, descontaminado, capaz de ir a fundo em nossos pulmões, expulsando restos caducos de antigas inspirações e ir criando frestas para a pureza de um novo elemento puro e benfazejo vir chegando, viçoso e próspero.
Corro atrás de mim mesma, não há invasor algum de minha cela íntima. Tampouco milagrosos seres ou instrumentos externos (Que taco, que nada!). Conto mesmo é com meu vigor - insistente, vigoroso, pertinaz- cada vez mais afinado e confeitado com minhas próprias mãos viciadas em tecer fontes irradiadoras de luminosidades de um novo tipo.
Não desistir de si. Não abrir mão da melhor parte de si. Não se curvar à dor. Afirmar-se como criatura e criadora de maior espaço e tempo para a luz de coexistir em meio à abençoada natureza e àqueles seres com quem dividimos a parte boa, prazerosa e genuinamente compartilhada do caminho.
Creio que todo esse dito bem se casa com a transformação de minha FADINHA, cujas roupas estavam tão envelhecidas e ontem ressurgiram em novas cores e adornos, vindas de minhas mãos, envelhecidas mas com sua inventividade ainda em estado de gerar alguma cor, algum rendado e um certo brilho.
E viva a vida!
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