URGENTE! BOM CONSELHO, E DE GRAÇA!
9/11/2015
Impaciente, logo que Karla Faria acabou de ler o livro de Alain de Botton - "Notícias - Manual do Usuário" – da Intrínseca, que acabara de adquirir, peguei para ler e, já no Prefácio, fui ficando entusiasmada com a obra. E segui adiante, descortinando as páginas, suculentas, mas, eu mesma, sempre em conflito. Explico: o conflito entre ler – e ver contidas as minhas mãos ansiosas por grifar, anotar e rabiscar – e esperar o meu par de exemplares que havia encomendado na Saraiva, e poder escancarar a minha ânsia por deixar fluir meus comentários. O livro da amiga saciava a minha “neurose de urgência” de tomar contato com a obra, mas eu não podia devolvê-lo em petição de miséria, com rabiscos inteiramente oriundos de minha própria leitura. Nem Uzinha nem Irmã Zilda, dentro de mim, me permitiam tal invasão de território. Se eu haveria de reprimir as mãos para evitar a formação de qualquer orelha, que dirá distribuir grafismos feitos à mão para contrastar com as letras impressas de fábrica? Jamais!
Era tanta coisa a marcar e a me conclamar para colocar minhas setas indicativas da necessidade de voltar a ler, que nocauteei a minha ansiedade e resolvi aguardar a minha encomenda pelos Correios. Aquele não era um livro para ler apenas com os olhos sem movimentar minha mão certeira, deixando frases, parágrafos e palavras ilesos, sem nenhuma marquinha por mim determinada.
Devolvido o livro à sua legítima proprietária (outros leitores amigos aguardavam para também usufruir a leitura), aguardo mais um par de dias e retomo a minha veia leitora, agora de posse de minha fiel companheira lapiseira 0,5, grafite Mitsubishi 2B, prontinha para o diálogo com o que viesse dali de dentro daquelas sedutoras páginas em papel modernamente amarelecido. Abro numa página qualquer e dali mesmo volto a me deliciar com as lições do autor. Huuum, quase tão bom quanto o bolinho de aipim com camarão do “Ricardinho”. Ou brigando pelo empate com os frutos do mar na chapa do “Transa Louca”. Sorvido esse diminuto aperitivo que, por si só, já me abriu os olhos do entendimento para abrigar o que viria de novas informações, dou uma suspirada e retomo o livro do início. Seria melhor na ordem, na ordem do autor. Calma, Carmen, um passinho, depois outro, e vamos...
Nunca foi tão necessário ler a mídia e nos apropriarmos da compreensão de sua força em nos fazer pessoas (Isso mesmo! E viva Simone de Beauvoir quando anuncia ser a vida mesma a fazer as mulheres se tornarem mulheres! E não só elas, sabemos bem, todos os humanos!).
Não é por acaso que Alain de Botton precisa ser lido. E ele não traz novidades bombásticas e nem utiliza uma linguagem para estudiosos do assunto. Ele fala – e com exemplos – para o leitor comum, homens e mulheres que, por sua leitura, podem ver mais claramente o tanto que são assujeitados pelo poder midiático que lhes forma o pensar e o agir.
Não é por acaso que Alain de Botton precisa ser lido. E ele não traz novidades bombásticas e nem utiliza uma linguagem para estudiosos do assunto. Ele fala – e com exemplos – para o leitor comum, homens e mulheres que, por sua leitura, podem ver mais claramente o tanto que são assujeitados pelo poder midiático que lhes forma o pensar e o agir.
Só para abrir o apetite dos leitores, meus amigos, aqui estão três fragmentos que acabo de grifar para apreender bem no âmago – meu e da temática em si:
[...] “Hegel já dizia que as sociedades se modernizam quando o noticiário passa a ocupar o lugar da religião como principal fonte de orientação e como referência de autoridade.”[...]
[...] “Hegel já dizia que as sociedades se modernizam quando o noticiário passa a ocupar o lugar da religião como principal fonte de orientação e como referência de autoridade.”[...]
[Ele] abre mão de deixar claro que não se limita a informar sobre o mundo, pelo contrário: empenha-se o tempo inteiro em modelar um novo planeta em nossa mente, um que esteja de acordo com suas prioridades muitas vezes bem específicas.”[...]
[...] Uma vez concluída a educação formal, o noticiário é quem passa a nos ensinar. É ele que, sobretudo, dá o tom da vida pública e molda as impressões que temos da comunidade para além dos limites de nossa casa. É ele o grande criador das realidades política e social.” [...]
A leitura continua, com certeza, voltarei a comentá-la.
Mais uma vez, obrigada, Karlinha (Karla Faria)!
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