DELÍCIAS DE
SE ESTAR JUNTO
As tais das redes sociais não fogem à regra, têm lá seus inúmeros
méritos e têm cá sua problemática a ser enfrentada com disposição e afinco.
Abrem a possibilidade de diálogos infindáveis, ampliam a abertura a
informações, muito além das que nos chegam pela mídia tradicional e, quase
sempre, vesga, ao mesmo tempo que, por suas próprias qualidades, exige de cada
um de nós trabalho, pesquisa, reinterpretações... O risco é o de sempre: a
ficarmos na periferia, corremos o risco de acreditarmos e até viralizarmos
equívocos, meias verdades, até mentiras inteiras mesmo. Aqui é questão de nos
defrontarmos corajosamente com o nosso potencial de AUTORES. Como em relação ao
que publicam os jornais e as TVs, o que lemos aqui carece de trabalho de
checagem de nossa parte. O bom, o ótimo é que, quase sempre, as versões estão
mais à mão, cabendo-nos desconstruir e reconstruir o que foi dito e
demonstrado. São as redes estimulando nossa AUTORIA, o que nos coloca, a cada
um, como não assujeitados ao que vem de fora. Quem sabe, como saudável efeito
colateral desse processo, não conseguimos olhar o OUTRO, neste OUTRO incluídas
nossas crianças e jovens, como capazes de também serem coconstrutores de
saberes e conhecimentos a respeito de leituras e da vida?
Mas não era esse o assunto, em sentido estrito.
Tudo começou com a foto das pranchas, com a qual me defrontei, cedinho, colhida
do acervo de dr. Decio, pelas mãos de Norinha, sua filha Eleonora Cretton, que encontrei no grupo Lembranças de
Atafona.
Como me lembro!
Essas pranchas, por morar na Beira Rio, eram vistas por nós,
cotidianamente. E sobre os armazéns, era isso mesmo, na rua dos Andradas, que
tinha início ali mesmo no Porto da Banca (acho que o nome era esse) ficava o
armazém de papai, que era atacadista.Essas fotos são preciosas. É uma dádiva
termos em nosso grupo quem se dispõe a partilhar suas memórias para a alegria
de todos. O que temos na memória, fica vivo, nítido, observável, vamos dizer
assim...É como se tivéssemos ideias sobre coisas, fragmentos de vivências, e as
fotos surgissem para nos "dar razão", para testemunhar o que tínhamos
conosco, escondido, resguardado, individualizado. Muito bom! E que tem a ver
com o início desta minha conversa, lá em cima. O Facebook já teria seus méritos
próprios por abrir outras fontes. Mas, é quando tomamos para nós a tarefa -
prazerosa e agregadora - de informar, que animamo-nos mutuamente a sermos
construtores de um novo olhar sobre nossa própria trajetória de vida.
E viva nós, fazedores e refazedores de caminhos! Coautores de sentidos,
individuais e coletivos.
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