sexta-feira, 10 de junho de 2016


DELÍCIAS DE SE ESTAR JUNTO

 

As tais das redes sociais não fogem à regra, têm lá seus inúmeros méritos e têm cá sua problemática a ser enfrentada com disposição e afinco. Abrem a possibilidade de diálogos infindáveis, ampliam a abertura a informações, muito além das que nos chegam pela mídia tradicional e, quase sempre, vesga, ao mesmo tempo que, por suas próprias qualidades, exige de cada um de nós trabalho, pesquisa, reinterpretações... O risco é o de sempre: a ficarmos na periferia, corremos o risco de acreditarmos e até viralizarmos equívocos, meias verdades, até mentiras inteiras mesmo. Aqui é questão de nos defrontarmos corajosamente com o nosso potencial de AUTORES. Como em relação ao que publicam os jornais e as TVs, o que lemos aqui carece de trabalho de checagem de nossa parte. O bom, o ótimo é que, quase sempre, as versões estão mais à mão, cabendo-nos desconstruir e reconstruir o que foi dito e demonstrado. São as redes estimulando nossa AUTORIA, o que nos coloca, a cada um, como não assujeitados ao que vem de fora. Quem sabe, como saudável efeito colateral desse processo, não conseguimos olhar o OUTRO, neste OUTRO incluídas nossas crianças e jovens, como capazes de também serem coconstrutores de saberes e conhecimentos a respeito de leituras e da vida?

Mas não era esse o assunto, em sentido estrito. Tudo começou com a foto das pranchas, com a qual me defrontei, cedinho, colhida do acervo de dr. Decio, pelas mãos de Norinha, sua filha Eleonora Cretton, que encontrei no grupo Lembranças de Atafona.

Como me lembro!

Essas pranchas, por morar na Beira Rio, eram vistas por nós, cotidianamente. E sobre os armazéns, era isso mesmo, na rua dos Andradas, que tinha início ali mesmo no Porto da Banca (acho que o nome era esse) ficava o armazém de papai, que era atacadista.Essas fotos são preciosas. É uma dádiva termos em nosso grupo quem se dispõe a partilhar suas memórias para a alegria de todos. O que temos na memória, fica vivo, nítido, observável, vamos dizer assim...É como se tivéssemos ideias sobre coisas, fragmentos de vivências, e as fotos surgissem para nos "dar razão", para testemunhar o que tínhamos conosco, escondido, resguardado, individualizado. Muito bom! E que tem a ver com o início desta minha conversa, lá em cima. O Facebook já teria seus méritos próprios por abrir outras fontes. Mas, é quando tomamos para nós a tarefa - prazerosa e agregadora - de informar, que animamo-nos mutuamente a sermos construtores de um novo olhar sobre nossa própria trajetória de vida.

E viva nós, fazedores e refazedores de caminhos! Coautores de sentidos, individuais e coletivos.

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