O QUE É O CÉU MESMO?
Ah, que inveja eu tenho de quem ou vê preto, ou vê branco; ou julga uma atitude
certa ou a julga errada; ou sabe logo, logo, dizer sim – ou não –, diante de um
convite ou possibilidade...
Como o assunto me parece complexo, escondo-me de mim mesma e de meu lado que adora um preâmbulo, e vou direto ao ponto, antes que comece a fazer aquelas elucubrações que gastam a metade do texto antes de entrar no assunto propriamente dito. Desta vez, não dá. A coisa é séria demais e dissemina-se nas conversas e especulações em cada canto deste país. Tudo me parece grave demais!
O que me conclama hoje a pensar e pensar e pensar... e dizer, é o dilema entre DILMA/PT/CORRUPÇÃO, de um lado, e os interesses da direita e do capitalismo internacional, de outro. Esse é o tema. Essa é a conversa. Esse é o drama. O “escândalo da PETROBRAS” é apenas o elemento visível (e que elemento!), mas o determinante é bem outro, bem mais além das nossas águas profundas, e tem a ver com os grandes interesses do atual momento do capitalismo internacional.
Como seria simples acusar um e absolver o outro! Independente de qual seja o lado que se escolha, mas como seria, até mais rápido e menos conflitivo dizer sim a um e dizer não ao outro. Como seria simples anunciar que “O PT é uma quadrilha que se apoderou do aparelho de Estado e todos que o acusam estão carregados de razão”. Ou, de modo similar, como também poderia ser fácil concordar em que “há interesses internacionais em jogo em querer acabar com o pré-sal e em querer dar chance às empresas multinacionais desmoralizando as empresas nacionais, e o PT é vítima do quarto poder, ‘apelido” da imprensa, que representa tais interesses e joga na sua destruição”. Ah, como seria simples endeusar um e demonizar o outro. Como no poema, tb não seria uma solução. E nem ao menos rima.
Mas, assim como a mentira, também esse pender para um ou para o outro lado, sem uma análise mais ampla, tem pernas – e argumentos – curtos... Como essa caolhice nos faz vítimas de uma atitude simplista e enganosa! Fazer pender a varinha de condão da fada boa que escolhe um lado e o eleva aos céus e deixar que a bruxa má jogue o outro no fogo do inferno, é um ledo engano, é de uma parcialidade sem fim, é de uma capenguice total no modo de ver e analisar a vida e suas tramas.
Como seria adequado, simples, até mesmo elegantemente aceito, pender para um lado OU para o outro. Mas, mesmo sabendo que a verdade é uma utopia quase inalcançável, que a luta se faz no sentido de buscá-la, mesmo sabendo-a permanentemente em xeque e em processo, o compromisso com um olhar indagativo diante dos fatos deve ser sempre norteado pelo compromisso com a busca da verdade da/na História ...
Abrir mão do “vício” de duvidar, de questionar, de olhar para os vários ângulos e facetas de uma dada circunstância história é abrir mão do compromisso com a verdade dos fatos e se apegar a uma visão unilateral, parcial, pequena, mais transitória do que o próprio tempo...
Há momentos em que quase rogo por ter de volta o pensamento aprendido na infância, no colo da Igreja que separa o joio do trigo, o céu do inferno, o certo do errado, os bons dos maus, a pureza do pecado. Como seria menos traumático. Mas, isso é tolice, é apenas uma rota de fuga, sem efeito, sem raízes em minha alma de quem quer viver o que tem que ser vivido, sem enganos ou meias verdades... Tendo o questionamento por método, a dúvida por inspiração, a totalidade como jeito de perceber a mim, ao outro, ao mundo, sou forçada a ver cada lado com suas nuances, cada banda com suas incompletudes, cada instância com seus percalços, essas coisas que não nos fazem chegar a um único posicionamento, fechado, sem tonalidades, sem nuances, sem certezas...
Desse modo, pelo que ando lendo e estudando, e conversando, e tornando a ler e a estudar... há uma grandíssima intenção de derrubar os interesses nacionais. Estivesse o inesquecível Leonel ainda por aqui, estaria a bradar mais uma vez contra as perdas internacionais... pois bem, mas isso é um lado. Aliás, o que considero o mais relevante. É o que faz mais brasileiros perderem com o desgaste a que está submetida a PETROBRAS, como símbolo inconteste de nossa voz terceiromundista (Deixe-me falar à moda antiga, que ainda vale neste mar de lágrimas e de desigualdades!). Decepcionou-me ver que o PT, meu antigo partido, o que iria mudar métodos e costumes de se fazer política, ter-se deixado invadir pelas antigas e tradicionais práticas de “fazer andar” a política, mediante o toma-lá-dá-cá que sempre nos caracterizou... Ah, isso é de matar, isso me dói, isso me envergonha, isso me entristece, isso me deixa politicamente sem pai nem mãe, isso é um golpe mortal para nossos sonhos... Mas, eu não posso me deixar enganar e ver o quanto a continuidade da corrupção em nosso país está servindo a interesses distantes do Partido, interesses totalmente antidemocráticos e que nada mais pretendem do que aprofundar a distância entre pobres e ricos, que, em última instância, é o que define o lado contra o qual devemos pender. Não me importa se o PT, via de regra, fez caixa não para indivíduos enriquecerem, mas para fazer campanha e garantir determinados ideais. Não seria igualando-se aos demais que a luta poderia avançar. Até porque, não duvido de que haja militantes, até por uma ausência de firmeza maior de sua formação, tenham-se deixado levar e entendido que nada era para mudar mesmo... No meu ponto de vista, aliás, estamos vendo os resultados. Todos os poderosos contra. E o povo descrente, vivendo a pior das ilusões – a de que o poder corrompe, independente de qual seja o partido no poder. Isso é o que há de pior! Quando a população voltará a ter esperança? Os fins não justificavam os meios! Não mesmo! Os resultados estão aí.
Isso é um lado: o erro do Partido em ter agido com agiu, aprimorando as práticas de corrupção de antes. Mas, olhar esse ângulo, não nos pode impedir de ver o outro, o do grande capital. Até imagino (Imaginação é comigo mesma!), em banquetes muito bem servidos, em mansões de alto luxo (que aliás, que eu saiba José Genuíno não tem!), quantos brindes têm sido lançados ao ar, em meio a estridentes gargalhadas, pelo erro estratégico do PT e do quanto ele vem servindo aos poderosos e a seus intentos criminosos de fazer permanecer e aprofundar as dores do povo mais sofrido e menos aquinhoado, que, espero, nunca deixe de nos emocionar e de nos colocar a seu lado, em prol de sua humanização e dignidade.
Como sempre, a aparência é apenas uma parte da realidade, o mais está por ela mesma escondido ou disfarçado... Ou, em bom português, no bom popular, que sempre nos ensina: por baixo do angu tem carne. E quanta! E para quão poucos!
Como o assunto me parece complexo, escondo-me de mim mesma e de meu lado que adora um preâmbulo, e vou direto ao ponto, antes que comece a fazer aquelas elucubrações que gastam a metade do texto antes de entrar no assunto propriamente dito. Desta vez, não dá. A coisa é séria demais e dissemina-se nas conversas e especulações em cada canto deste país. Tudo me parece grave demais!
O que me conclama hoje a pensar e pensar e pensar... e dizer, é o dilema entre DILMA/PT/CORRUPÇÃO, de um lado, e os interesses da direita e do capitalismo internacional, de outro. Esse é o tema. Essa é a conversa. Esse é o drama. O “escândalo da PETROBRAS” é apenas o elemento visível (e que elemento!), mas o determinante é bem outro, bem mais além das nossas águas profundas, e tem a ver com os grandes interesses do atual momento do capitalismo internacional.
Como seria simples acusar um e absolver o outro! Independente de qual seja o lado que se escolha, mas como seria, até mais rápido e menos conflitivo dizer sim a um e dizer não ao outro. Como seria simples anunciar que “O PT é uma quadrilha que se apoderou do aparelho de Estado e todos que o acusam estão carregados de razão”. Ou, de modo similar, como também poderia ser fácil concordar em que “há interesses internacionais em jogo em querer acabar com o pré-sal e em querer dar chance às empresas multinacionais desmoralizando as empresas nacionais, e o PT é vítima do quarto poder, ‘apelido” da imprensa, que representa tais interesses e joga na sua destruição”. Ah, como seria simples endeusar um e demonizar o outro. Como no poema, tb não seria uma solução. E nem ao menos rima.
Mas, assim como a mentira, também esse pender para um ou para o outro lado, sem uma análise mais ampla, tem pernas – e argumentos – curtos... Como essa caolhice nos faz vítimas de uma atitude simplista e enganosa! Fazer pender a varinha de condão da fada boa que escolhe um lado e o eleva aos céus e deixar que a bruxa má jogue o outro no fogo do inferno, é um ledo engano, é de uma parcialidade sem fim, é de uma capenguice total no modo de ver e analisar a vida e suas tramas.
Como seria adequado, simples, até mesmo elegantemente aceito, pender para um lado OU para o outro. Mas, mesmo sabendo que a verdade é uma utopia quase inalcançável, que a luta se faz no sentido de buscá-la, mesmo sabendo-a permanentemente em xeque e em processo, o compromisso com um olhar indagativo diante dos fatos deve ser sempre norteado pelo compromisso com a busca da verdade da/na História ...
Abrir mão do “vício” de duvidar, de questionar, de olhar para os vários ângulos e facetas de uma dada circunstância história é abrir mão do compromisso com a verdade dos fatos e se apegar a uma visão unilateral, parcial, pequena, mais transitória do que o próprio tempo...
Há momentos em que quase rogo por ter de volta o pensamento aprendido na infância, no colo da Igreja que separa o joio do trigo, o céu do inferno, o certo do errado, os bons dos maus, a pureza do pecado. Como seria menos traumático. Mas, isso é tolice, é apenas uma rota de fuga, sem efeito, sem raízes em minha alma de quem quer viver o que tem que ser vivido, sem enganos ou meias verdades... Tendo o questionamento por método, a dúvida por inspiração, a totalidade como jeito de perceber a mim, ao outro, ao mundo, sou forçada a ver cada lado com suas nuances, cada banda com suas incompletudes, cada instância com seus percalços, essas coisas que não nos fazem chegar a um único posicionamento, fechado, sem tonalidades, sem nuances, sem certezas...
Desse modo, pelo que ando lendo e estudando, e conversando, e tornando a ler e a estudar... há uma grandíssima intenção de derrubar os interesses nacionais. Estivesse o inesquecível Leonel ainda por aqui, estaria a bradar mais uma vez contra as perdas internacionais... pois bem, mas isso é um lado. Aliás, o que considero o mais relevante. É o que faz mais brasileiros perderem com o desgaste a que está submetida a PETROBRAS, como símbolo inconteste de nossa voz terceiromundista (Deixe-me falar à moda antiga, que ainda vale neste mar de lágrimas e de desigualdades!). Decepcionou-me ver que o PT, meu antigo partido, o que iria mudar métodos e costumes de se fazer política, ter-se deixado invadir pelas antigas e tradicionais práticas de “fazer andar” a política, mediante o toma-lá-dá-cá que sempre nos caracterizou... Ah, isso é de matar, isso me dói, isso me envergonha, isso me entristece, isso me deixa politicamente sem pai nem mãe, isso é um golpe mortal para nossos sonhos... Mas, eu não posso me deixar enganar e ver o quanto a continuidade da corrupção em nosso país está servindo a interesses distantes do Partido, interesses totalmente antidemocráticos e que nada mais pretendem do que aprofundar a distância entre pobres e ricos, que, em última instância, é o que define o lado contra o qual devemos pender. Não me importa se o PT, via de regra, fez caixa não para indivíduos enriquecerem, mas para fazer campanha e garantir determinados ideais. Não seria igualando-se aos demais que a luta poderia avançar. Até porque, não duvido de que haja militantes, até por uma ausência de firmeza maior de sua formação, tenham-se deixado levar e entendido que nada era para mudar mesmo... No meu ponto de vista, aliás, estamos vendo os resultados. Todos os poderosos contra. E o povo descrente, vivendo a pior das ilusões – a de que o poder corrompe, independente de qual seja o partido no poder. Isso é o que há de pior! Quando a população voltará a ter esperança? Os fins não justificavam os meios! Não mesmo! Os resultados estão aí.
Isso é um lado: o erro do Partido em ter agido com agiu, aprimorando as práticas de corrupção de antes. Mas, olhar esse ângulo, não nos pode impedir de ver o outro, o do grande capital. Até imagino (Imaginação é comigo mesma!), em banquetes muito bem servidos, em mansões de alto luxo (que aliás, que eu saiba José Genuíno não tem!), quantos brindes têm sido lançados ao ar, em meio a estridentes gargalhadas, pelo erro estratégico do PT e do quanto ele vem servindo aos poderosos e a seus intentos criminosos de fazer permanecer e aprofundar as dores do povo mais sofrido e menos aquinhoado, que, espero, nunca deixe de nos emocionar e de nos colocar a seu lado, em prol de sua humanização e dignidade.
Como sempre, a aparência é apenas uma parte da realidade, o mais está por ela mesma escondido ou disfarçado... Ou, em bom português, no bom popular, que sempre nos ensina: por baixo do angu tem carne. E quanta! E para quão poucos!
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