DIVERGÊNCIA
(Escrito em 4/11/2016)
Na doce ilusão de que Freixo poderia ser eleito e de que faltava pouco para alcançarmos nosso intento de termos uma prefeitura na capital comprometida com a democracia e o combate à desigualdade, às vésperas do segundo turno, enviei uma mensagem para todo mundo que reside e vota no Rio, na tentativa de reverter algum possível voto nulo para o 50. A maioria fez silêncio, alguns poucos responderam concordando e já se dizendo eleitores dele, e ninguém se disse contra o que eu propus. Ninguém, vírgula, até hoje de manhã, quando um velho conhecido, conterrâneo que não vejo há décadas, me respondeu, agradecendo pelo conselho, reconhecendo que o Rio é agora uma cidade evangélica e afirmando que apesar do Crivella não ser o Prefeito de seus sonhos, pelo menos conseguiu impedir que a cidade viesse a ter um governo comunista/socialista. Segundo ele (naturalmente querendo me dar uma alfinetada), o comunismo/socialismo é um fracasso e “é incrível como pessoas inteligentes não percebem que é uma ideia utópica, com excelentes promessas totalmente inviáveis na prática e que sempre acaba em desastre econômico.” E conclui, ironicamente: “Como Freixo é jovem, pode ser que ainda venha a evoluir e abraçar a democracia capitalista multipartidária, um sistema muito ruim, mas que é melhor do que todos os outros inventados até agora ...”
Não encontrei nenhuma outra maneira de responder ao eleitor do Crivella, a não ser, de maneira bem curta:
“É, quem sabe? Ou não.”
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