ACORDAR
EM ATAFONA
3/4/2006
Ainda mais aqui, sob os efeitos
deste ar e desta luz que enchem minha existência de bem-viver, não sou dada a
me afeiçoar a alguma coisa ou a alguém pelo que se diz sobre ela. Discursos são
sempre discursos e sempre é prudente considerar suas parcialidades. Mesmo que o
sujeito que fala teime em se fazer livre de sua forma de entender a vida, ao
professar uma ideia e emitir sua opinião, até as palavras e imagens que escolhe
lhe traem o pensar e o que de presente e futuro condicionam seu falar no agora. A imprensa tem dado sobejas mostras disso. E no caso dela, ouso considerar que
além do que vem à tona por força das escolhas inconscientes, há mesmo uma clara
intencionalidade de mostrar a "realidade" do jeito que mostra.
Digo isso porque sempre evito
firmar minhas posições a partir do que é mostrado pelos que se opõem ou se
achegam ao meu jeito de pensar. Carrego em mim, querendo ou não, uma dose de
desconfiança sobre o que leio, seja sobre quem ou o que for. Não é porque
alguém a quem respeito critica uma outra pessoa que tem ideias das quais
discordo que isso é suficiente para eu assinar embaixo. Claro que já encontra
em mim uma certa predisposição favorável a concordar com o que é dito, mas vou
sempre atrás de complementos que me ajudem a compreender e ponderar. Daí também
nem sempre passar adiante o que me chega. O tal compartilhamento comum nas
redes sociais. Há muitos filtros que se interpõem entre o acontecimento havido
até chegar a mim como leitora. Podendo evitar, tento errar o menos possível.
Mas ver a esposa do juiz da vez,
em seu perfil aqui no Facebook, com uma máscara do próprio, em frente a um
espelho, sendo por ele fotografada, me fez pensar que havia pouco a interpretar
além do óbvio. Coisa esquisita, minha senhora! Cadê a discrição? Essa sensação
de incômodo nem Atafona faz cessar.
Alguém viu? Vale a pena ver. E
"ler".
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