NÃO SOU E NEM NINGUÉM É
DE FERRO.
RINDO DE MIM MAIS UMA
VEZ...
12/04/2017
Tenho
alguns conhecidos e amigos que têm o hábito de me enviar mensagens positivas, destas
produzidas com arte, bonitinhas e meigas, muitas de caráter religioso, para
saudar cada novo dia que chega. Não é do meu feitio, mas bem que gosto do ânimo
que provocam, do carinho que a elas subjaz, e sempre agradeço, sincera. O dia
de ontem não fugiu à regra e recebi logo cedo, de uma querida amiga, a seguinte
mensagem, que reproduzo aqui, dando por autor Caio Fernando Abreu: “Todos os
dias, logo cedo, dou uma piscadinha pra Deus e peço: ‘tomara que as nossas
vontades coincidam. E se não coincidirem, que a sua prevaleça.’”
Com
estou para ir passar o período da Festa da Penha em casa justamente dessa amiga
e, como sempre que lá estou, ela, cuidadosa, eu sei, costuma controlar a minha
ingestão de açúcares, por conta do meu diabetes – que, do meu ponto de vista, é
assim, um tantinho de nada acima do desejável – , eu logo interpretei a sua
fala a meu favor e fui logo respondendo (juro que é verdade!): “A minha vontade
é uma só, a de que quando eu chegar a Atafona você não controle a quantidade de
doces que eu quero comer. Que bom que vc pensa assim! Estou aliviada. Vou poder
comer as delícias daí – bombocado, fatia da Lulu, bolo de banana e banacaxi à
vontade, e com queijo de São João da Barra!”
Postei,
rindo de mim mesma e cá do meu lado, fiquei ansiosa, aguardando a resposta que
imaginei viria “quente” em cima de mim, quebrando a minha vontade ali
registrada, e previamente, para não haver equívocos. Afinal de contas, eu
estava pretendendo uma garantia a priori de um direito que julgava totalmente
razoável. Mas, esperei, esperei, e nada da danada me responder... Horas a fio e nem
sinal de vida. Chegou mensagem até do meu dentista e da sobrinha grávida dando
conta de que a espera por seu bebê segue bem ... e a “assistente de minha saúde”
não deu nem um alô.
Como
Jesus Cristo é meu chapinha, me veio um impulso – certamente enviado por ele – de
voltar à mensagem recebida da amiga, e a reler. A criatura estava on line e
nada de dar o ar da graça? Algo havia de estranho naquele silêncio...
Pra
quê? Minha releitura me fez inteligente. Parecia mentira! Quase caí da cadeira:
aconteceu comigo o que tantas vezes já vivi com alunos em sala de aula: faltou
uma relida no texto para obter o devido entendimento. Quem disse que ela se
dirigia a mim em sua oração da manhã? De onde tirei que a SUA vontade a que ela
se referia era a minha?????
Foi
quando me dei conta de um simples e decisivo detalhe que aparecia no texto, que
havia passado totalmente despercebido na leitura inicial – o final pedia que,
caso as vontades não coincidissem a Sua deveria prevalecer. Como eu, idiota e apressadamente, não percebi
aquela inicial maiúscula, indicando com quem ela falava? Ela conversa com Deus
e eu me intrometo no assunto. E mais: me colocando em Seu lugar!!!
Estou
quase procurando um padre aqui por perto de casa e indo ao confessionário, como
em tempos dantanho, para obter o perdão de haver me imaginado Deus. Mas eu
tenho a explicação real e digna de perdão instantâneo: nada mais, nada menos do
que a minha volúpia por doces é que foi, de verdade, o motivo de eu haver
entendido tão erradamente o pedido de minha amiga. Isso posto, tenho fé de que
o sacerdote me absolve. Com certeza!
Mas, o
“pecado” e o imaginado perdão não é nada. O pior de tudo é que vou pra praia
para enfrentar a mesma contenção de sempre – bolo, uma única fatia no café da
manhã (Tomara que pelo menos não seja servido nenhum quentinho, saído do
forno!); sobremesa após o almoço – uma porção pequena ou fatia fina, sem
direito a repetição; no lanche, uma fatia até farta, mas de bolo diet; e no
jantar, nadica de nada que tenha açúcar.
Nossa
Senhora da Penha, me salve!
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