sábado, 8 de abril de 2017

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 HOJE, ONTEM E AMANHà

(sobre as minhas perenes dúvidas sobre nós e o nosso existir)

(13/6/2014)

13 de junho é apenas o dia seguinte a 12 de junho.
O sol, que haveria de vir, veio.
Se fosse chuva que tivesse que vir, viria também.
Tudo chega como teria que chegar.
Tudo parte como teria que partir.
Tudo sucede como teria que suceder.
Essa é a lei.
Essa é a regra.
Essa é a vida.

No meio da tarde de ontem, como foi simbólica aquela imensidão de campo de futebol, com sobra de cores e com tão nítida escassez de gente! Tinha que ser e foi. A vida não conseguiu trair a vida que vinha vindo de antes. E veio: faltando quem historicamente sempre faltou.
 

O povo vendo pela TV a Copa, mesmo sendo em seu país? O que de diferente nisso? Nadica de nada! Confere. Podemos ticar!

Recebendo a noite paulistano-internacional, o jogo também foi como tinha que ser, dando chance a que continuemos com fama de que sempre damos um jeitinho. E logo por seu intermédio, Fred, tão lindo e tão “oportunista”, como hoje é jargão elogioso no meio esportivo, contrariando o sentido original do termo. Era preciso dar um jeitinho. E ele deu!

O moço Oscar – tão competente – fazer um terceiro gol, fazendo desaparecer de nossa memória a “semgracisse” pelo pênalti ilegal? Perfeito! Memória curta sempre foi uma boa tática para tudo seguir “bem”. Avante, Pátria!

Os croatas quebraram o vestiário? Sim, mas não seria preciso extravasar a raiva? Pois que se extravasasse! Não seria o esperado? Pois foi realizado. Vida que segue. Valeu a pena. A vitória brasileira paga o prejuízo. Nada demais. Tudo certo!

Dilma ofendida? Ok. Tiremos da lista. Dito e feito! Quem duvidaria disso? Afinal, quem estava mesmo no estádio?

Tudo como a vida foi desenhando.

Os jornais dando ênfase ao que quiseram nesta manhã seguinte ao início da Copa? Previsível e executado conforme. Nada de novo!

UMA CONCLUSÃO TRAZIDA PELA PRÓPRIA VIDA NESTA MANHÃ SEGUINTE

O dia seguinte nada mais é do que o dia seguinte e tudo tem a ver com tudo – e essa a lição que veio do meu pé de maracujá quando o encontrei lá fora quando fui molhar as plantas: o maracujazão grandão, que mais de uma vez foi por mim fotografado, continua lá no pé, crescendo e ainda silencioso. Agarradinho no galho. Quem foi que surpreendeu? O vizinho dele, um maracujá menor, mas que hoje amanheceu no chão. Ou seja: a vida segue em seu poder supremo de ir decidindo o que virá. A gente até ajeita o terreno, faz empadinha de queijo para beliscar com cerveja enquanto a bola rola na estreia do Brasil. Mas, o que tinha que vir, veio, com sua autonomia, colocando-nos em nosso devido lugar. Meras formigas (com asas) – imitando o título de uma bela crônica de nossa inesquecível Divoca.

Será que viver é mais é do que irmos negociando com o que vem chegando, diante das possibilidades trazidas pela vida naquele momento e ante o que temos de humano dentro de nós?

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