segunda-feira, 24 de outubro de 2016




DE MARACUJÁS, MAS NÃO SÓ...
(Escrito em 24/10/2014)
Mais de 30. Novamente ao dispor de nossas vontades de beber sucos, de nos deliciarmos com mousses enfeitadas com alguns de seus grãozinhos por cima, de tontearmos a nossa coerência com alguma batidinha mais farta de uma boa cachaça da roça, essas coisas boas de saborear quando por elas se tem gosto.
Mas esse reflorescimento em forma de nova colheita também anuncia a permanência das coisas, em constante mutação, nos relembrando os efeitos do tempo e o jeito de ser do mundo em suas peripécias. Isto mesmo: segunda-feira nada mais é do que o terceiro dia após esta foto ter sido tirada. Isso tem a ver com maracujás e tudo o mais. Será um terceiro dia com o sabor daquilo que cada um de nós estará colhendo do que pudemos plantar.
Voltamos às ruas. Essa é uma rega mais do que efetiva, indicativa de uma excelente safra, e não apenas de maracujás graúdos e adocicados. De minha parte, estou totalmente convencida do estrago que seria (ou será?) a mudança do plantio de maracujás, que já vêm dando bons frutos, para qualquer outro tipo de cultura. Mas... será, com certeza, a vitalidade de nossa voz e o coro que pudermos recriar para combater as pragas - que empesteiam as lavouras desde que nos entendemos por brasileiros - que poderão gerar safras mais amplamente aproveitadas por todos.
Sinalizamos novamente para o PT que, se é para democratizar a ação governamental, dissemos SIM e dizemos PRESENTE. Mas, nada é simples: se o terceiro dia for dia de comemoração para a parcela mais sofrida do povo brasileiro, as ilusões devem ser postas para escanteio. Estaremos livres do pior, mas o sabor e a qualidade das lavouras, de todas elas, vai demandar muitos cuidados por parte de cada um de nós. O tempo de saborear doces e bebidas, de tudo quanto é fruta, não apenas de maracujás viçosos, vai ser curtinho, entre um embate e outro.
Estamos pensando que é fácil? Querem "sopa"? Venham brincar de pique e correr atrás de mim, que, além de fraca na "matéria", deixo-me vencer fácil, fácil com as gargalhadas que me levam ao chão na primeira ameaça de ser pega.

UM ANO DEPOIS...
(Escrito em 24/10/2015)
(Há um ano, gostando muito, muito, muito de ter escrito essa maracujice e sentindo as dores do "embate simbólico da floração". Maracujás para todos é sonho mais que distante. As plantações vão ao lixo, mas saciar a fome de todos não é meta para estes tempos em que estamos de passagem por aqui (ou vocês não leram sobre as toneladas de tomate que mais uma vez foi posta fora para garantir bom preço no MERCADO? )

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