DE MARACUJÁS, MAS NÃO SÓ...
(Escrito em
24/10/2014)
Mais de 30.
Novamente ao dispor de nossas vontades de beber sucos, de nos deliciarmos com
mousses enfeitadas com alguns de seus grãozinhos por cima, de tontearmos a
nossa coerência com alguma batidinha mais farta de uma boa cachaça da roça,
essas coisas boas de saborear quando por elas se tem gosto.
Mas esse
reflorescimento em forma de nova colheita também anuncia a permanência das
coisas, em constante mutação, nos relembrando os efeitos do tempo e o jeito de ser do mundo em suas peripécias. Isto
mesmo: segunda-feira nada mais é do que o terceiro dia após esta foto ter sido
tirada. Isso tem a ver com maracujás e tudo o mais. Será um terceiro dia com o
sabor daquilo que cada um de nós estará colhendo do que pudemos plantar.
Voltamos às ruas.
Essa é uma rega mais do que efetiva, indicativa de uma excelente safra, e não
apenas de maracujás graúdos e adocicados. De minha parte, estou totalmente
convencida do estrago que seria (ou será?) a mudança do plantio de maracujás,
que já vêm dando bons frutos, para qualquer outro tipo de cultura. Mas... será,
com certeza, a vitalidade de nossa voz e o coro que pudermos recriar para
combater as pragas - que empesteiam as lavouras desde que nos entendemos por
brasileiros - que poderão gerar safras mais amplamente aproveitadas por todos.
Sinalizamos
novamente para o PT que, se é para democratizar a ação governamental, dissemos
SIM e dizemos PRESENTE. Mas, nada é simples: se o terceiro dia for dia de
comemoração para a parcela mais sofrida do povo brasileiro, as ilusões devem ser
postas para escanteio. Estaremos livres do pior, mas o sabor e a qualidade das
lavouras, de todas elas, vai demandar muitos cuidados por parte de cada um de
nós. O tempo de saborear doces e bebidas, de tudo quanto é fruta, não apenas de
maracujás viçosos, vai ser curtinho, entre um embate e outro.
Estamos pensando
que é fácil? Querem "sopa"? Venham brincar de pique e correr atrás de
mim, que, além de fraca na "matéria", deixo-me vencer fácil, fácil
com as gargalhadas que me levam ao chão na primeira ameaça de ser pega.
UM ANO DEPOIS...
(Escrito em 24/10/2015)
(Há um ano, gostando muito, muito, muito de ter escrito
essa maracujice e sentindo as dores do "embate simbólico da
floração". Maracujás para todos é sonho mais que distante. As plantações
vão ao lixo, mas saciar a fome de todos não é meta para estes tempos em que
estamos de passagem por aqui (ou vocês não leram sobre as toneladas de tomate
que mais uma vez foi posta fora para garantir bom preço no MERCADO? )
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