INCETO
(escrito em 15/01/2017 após
receber uma correspondência oficial de um especialista, pós-graduado onde se
lia a palavra inseto assim grafada, com c)
Já não sei
mais classificar que bicho é este. No máximo, espichando minhas possibilidades,
faço suposições. Dou trelas – e bem coesas e bem segmentadas – à imaginação.
Rememoro até idas à roça, espaço mais habitual de serem encontrados estes seres
raros, para ver se descubro do que se trata. Mas, nada! Inseto com c? INCETO? Não,
não mesmo, nada me ocorre!
E dou de
ponderar: se aqueles outros, comunzinhos, grafados com a letra oficialmente
recomendada (o esse, todo bonito cheio de curvas ) – abelha, zangão, formiga e
que tais – são pequeninos, e mesmo assim muitos deles nos aterrorizam, esse
novo – o do c da barriga aberta – deve ser assustadoríssimo.
Desconhecido,
sua periculosidade se amplia. Verdade. Li uma vez, e agora me serve, que a
força dos fantasmas está justamente em sua irrealidade. Ui, que horror! Nem
quero pensar nisso, pois o medo se avoluma em proporções geométricas.
Mas, sigo
atormentada. Que danado de bicho será esse? Imagino tenha sido descoberto
enquanto eu envelhecia e pensava em política e nem me dei conta. É o de sempre,
o trivial simples: eu sempre fora do tom...
Quantas
patas terá? O fato de ter grafia tão inusitada ampliará em quanto as suas
dimensões físicas?Terá surgido das águas fétidas da Samarco? A peçonha mata ou
sucumbe a alguma vacina? Tem a ver com a febre amarela que começam a anunciar
como próximo mal a nos acometer? Dúvidas, muitas dúvidas...
Antes que
me enterre viva de pavor, vou é tomar um banho frio que o calor é assustador e,
em seguida, me servir de uma boa taça de espumante gelado para aquietar o meu
coração. Essa conversa fiada que teço não me serve pra nada. Apenas me desvia
do essencial da vida – meu almoço de amanhã. E eu que escrevo tão direitinho...
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