sexta-feira, 6 de janeiro de 2017


Voltando pra casa
(Escrito em 4/1/2017)

Nem vou falar dos chamegos que me cobrem lá em Atafona... Isso não dá pra contar com fidelidade. É coisa de sentir, sem chance de ser descrita. Faltaria algum ingrediente para a narrativa, caso eu tentasse e nem ouso.
Quanto à energia absorvida em cada mergulho nas suas águas mágicas e tíbias, também me vejo impossibilitada de a ela ser fiel, sem reduções imperdoáveis. Com que palavras daria conta do grito que solto com os braços estendidos em direção ao sol, antes de submergir entre as ondas que se sucedem à minha frente?
Falo, então, dos prazeres que as palavras nao conseguem trair: do caranguejo, da leitoa, do bombocado, da fatia Lulu, do bolo de Zezé de Adriana, do bobó de camarão, da manteiga sanjoanense, da tâmara fresca, do abacaxi, do feijão de Ana Paula, do robalo assado...
Ah, Niterói, minha cidade de adoção, o que vou ter inventar para expurgar os excessos que meus olhos, excessivamente maiores que minha boca, me levaram a cometer?
Mamãe, socorro! Zele por mim!

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