(9/01/2017)
Enfrento, hoje em dia, o mais pleno processo de bipolaridade: ou rio - do mundo e, muito especialmente, de mim; ou me irrito com tanta asneira explícita que anda solta por aí, a olhos vistos, sem as pessoas nem se darem conta do que andam expondo de si; ou sigo à onda do tudo junto e misturado e contemplo as duas coisas: diante de alguma barbaridade(assim considerada por mim), dou uma boa risada, esteja eu onde estiver, e faço acompanhar a minha explosão humorístico-nervosa, da mais profunda perplexidade pelo caminhar da rota e de seus transeuntes...
Tanto é assim que, só num relance, me lembro das seguintes ações que tive ao meu alcance e diante das quais me embolei entre riso e susto:
Escracho 1 - O marido está com doença gravíssima podendo até morrer em pouco tempo, e a mulher - servidora pública - lamenta, como a pior situação do ano que passou, o fato de ter ficado sem pagamento. Que casamento, hein? será que segue a tal lógica do "sou infeliz, mas tenho marido?"
Escracho 2 - A coordenadora explica que haverá um "treinamento" na escola mas que os professores nem precisam se preocupar em participar, é apenas para cumprir uma exigência do órgão de Educação. Está, pois, autorizado o vale-tudo na escola em termos de dissimulação e engodo. Eita educação séria!!!
Escracho 3 - Uma educadora organiza um calendário escolar e ilustra os dias letivos com a imagem de um bonequinho sério, inexpressivo, e os finais de semana com outro, feliz da vida, riso tomando a cara toda, de orelha a orelha. Se ela entende que só longe da escola se tem alegria, que dirá a pobre criança?
Escracho 4 - A mãe diz para a professora que o seu filho gosta mesmo é da hora do recreio. A professora concorda e entende, dizendo que "o recreio é legal mesmo, porque as crianças se soltam e se divertem". Pera aí: a sala de aula não é atraente, não propicia desafios, não é estimulante? E é assim mesmo que deve permanecer?
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