ESCOLHAS HÁ EM TUDO
21/08/2017
Quando respondo “tudo bem” à amiga que indaga como ando
passando tem escolha minha. Interna, saída do que sinto. Um sentir não
propriamente pensado, mas vindo à tona por conta de alguma ligação já feita
qualquer hora destas... Não planejo respostas nem quaisquer palavras que me vêm
à boca, mas, sem dúvida elas são tecidas na alma e quando espanto surgem, como
se fossem impensadas e frouxas. Não creio nisso! Por dentro, no âmago, a
experiência de hoje, com o sonho de ontem, com a ponderação de agora, com a
reflexão de um dia destes, mais um tantão de coisas, é que gera o espontâneo “tudo
bem” recém pronunciado. O ontem, o futuro e a agoridade mais efêmera são os
sais que, misturados, saem ao ar e nos dizem ao outro.
Poderia dizer “como sempre, “mais ou menos” ou “do jeito que
dá para ir”. Ou até “vou mal” ou “do jeito que Deus quer”... Mas, não: a
resposta é pronta, sem charminho, sem treino: “tudo bem”. Não juro que sempre
seja essa, mas que me lembre é bem comum que seja.
Posta porta afora, posso analisar a palavra e tentar
dissecá-la em sua intenção, gênese e conteúdo, agora refletivo. O meu “tudo bem”
não é uniforme, apenas lado bom da vida, uma coisa só, pérolas, por assim dizer.
O “tudo bem” inclui diversidade e tensão. Extirpa monotonia e inclui momentos
de dor e alegria, de indiferença e aflição, de ir, esperar, dar a vez ou seguir
com uma certa celeridade.
Estar “tudo em” comigo é estar em dia com as forças e manhas
de seguir firme sabendo que a vida é árdua e maravilhosa, absorve perdas e
ganhos. E me faz sorrir só em olhar a chuva que cai enchendo minhas narinas de
cheiro de terra molhada. O sol? Há de brilhar mais uma vez. Mais tarde!
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