Uma tarde com o sabor amargo de se sentir ínfimo
Não se trata de ser ou não simpatizante do candidato morto. No contexto geral da tragédia esse é um detalhe mais do que insignificante. Trata-se, sim, do mais profundo abatimento diante da nossa total, ampla e apavorante falta de poder em dominar o segundo seguinte ao de agora. Somos nada. O poder sobre o que virá antes que eu digite a próxima palavra não vem de mim. Sou nada. Sabe-se lá de onde surgem as determinações para que hoje 5 filhos estejam órfãos de pai e um país continental como o nosso, tão sofrido quanto alegre, tão esperançoso quanto frustrado, tão corajoso quanto assujeitado, esteja, a 50 dias das eleições presidenciais com um quadro sucessório totalmente posto abaixo e à mercê do imponderável.
Talvez por isso e por isto, ao nosso redor, a luta pelo poder seja tão insana: para disfarçar a fragilidade dos humanos diante de seu próprio destino.
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