sexta-feira, 3 de fevereiro de 2017


A imagem pode conter: 1 pessoa, sentado, atividades ao ar livre, água e natureza


AO QUE DEVE SER LOUVADO!
(3/2/2017)


Esta cena de amor explícito, envolvendo estes dois seres iluminados, há de ser uma boa inspiração para as primeiras luzes do dia que vem apeando da noite que viajou pra longe. Creio firmemente em que, por uma questão de sobrevivência menos traumática e mais aliada a bons augúrios, viver a vida exige a nossa entrega à procura de estímulos que nos façam crer em que o mundo não é necessariamente o que nos é servido como terra de egoísmo e indiferença. O rancor que por vezes nos toma precisa ser areado com especial empenho, destampando e trazendo à luz o que pode nos fazer mais humanos e solidários. Podemos escolher e nos cabe escolher. As tristezas nos visitam, as decepções nos encurralam, mas "a esperança é revolucionária" e temos que colocar nossas próprias mãos a cavar - no mundo e em suas pessoas - pequenas porções de claridade para nos impulsionar a viver com fé. Não uma fé deslocada para nenhum ser superior que nos deixe seguir passivamente aguardando suas providências. Nada de chamar por Deus ou Nossa Senhora, pegar o terço e seguir tremendo os lábios repetidamente sentadinha no sofá da sala. Deixemos Deus em paz em seus entendimentos com a Física e o Acaso, o que já é muito. Cuidemos do nosso! Essa fé não me serve. Falo de uma fé naquilo que, tanto quanto o ódio, existe por aí, espraiado como um pó magico e que nos habita, mesmo a mais cruel das criaturas. Sim, ela mesma, essa pessoa desprezível, só para ficarmos no exemplo chocante desses dias, a que desejou que o procedimento médico aplicado a Marisa desse errado e que ela morresse nas mãos do capeta, como disse a um amigo, bem jocosamente numa conversinha virtual. Custei a crer e ainda guardo um amargor descabido em meu íntimo e tento localizar lá dentro de minha alma essa mesma porção diabólica que, sendo de algum humano, também existe em mim, como sua companheira de espécie que sou. Estando em alguém, também está em mim. E eu preciso me dedicar a vasculhar as minhas partes podres para deixá-las fenecer por falta de uso. Somos isso e aquilo e eu posso investir na vida, na compaixão, na amizade. Não posso desistir dessa luta interna e do aprisionamento à ilusão de que bons somos nós e maus são os outros. Ilusão à toa, e não é a de Jonny Alf.
Grata a Luciana Farias Sampaio que registrou esse momento iluminado. Na simplicidade de uma conversa entre padrinho e afilhada, busco - e encontro - uma infindável possibilidade de aprender com o belo, o simples, a entrega, o amor.


VIVER É ALEGRIA!

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