MEU SONO, CADÊ VOCÊ? EU VIM AQUI SÓ PRA TE VER
23/2/2017
Aí eu tenho que rir, pois me lembro de um dos maridos, o mais efêmero deles, que reclamava de meu sono sempre chegar tão cedo no tempo em que dividíamos os mesmos aposentos. E ele
tinha razão. Radicais, não tínhamos televisão, tida por nós como invenção
burguesa para alienar o povo. Anos 70. Era a lógica dos inconformados. Tínhamos
que ser Toni Ramos e Elizabeth Savalla, nós dois mesmos. Ali, no calor do
cotidiano, eu, depois de dar 320 horas de aulas, e ele, depois da volta de seu
trabalho, que eu me lembre, sem a menor empolgação com o que realizou por lá. E
fomos heróis de novela. Heroicamente. Por um tempinho. Curtinho. Na vida de
carne e osso, naquela em que o mais comum é casamento virar biribinha de final
de tarde, desisti(timos). Havia vida pra quem não queria dormir antes da hora
do lado de fora.
Tem jeito, não. Hoje, sem sono, tenho mesmo é que rir - e ligar a GLOBO NEWS
para ver alguma asneira. E dormir, agora não mais de enjoo da rotina, mas de
raiva do que ouvirei, que suspeito, antes mesmo de ligar a tv, trará o mesmo do
mesmo - outro casamento de merda este meu com os noticiários...
Boa noite - se é que é possível!
Nota de rodapé: ainda bem que tenho para lembrar outras noites insones - e sem
tv,- só vivendo o que deve ser vivido. Mas, tal qual a novela da TV, compuseram
uma história que teve um determinado número de capítulos e acabou.
E encerro o expediente, que ninguém está me perguntando nada, muito menos sobre
a dialética entre horas de sono e casamento, e é passada a hora de ir pra cama
e largar de conversa fiada, sem nexo nem finalidade. Ou tem?
Nenhum comentário:
Postar um comentário