AMIGAS ATÉ NAS LOUCURAS DO AMOR
Uma amiga e outra combinam de almoçar juntas. Necessidade recíproca de conversar sobre os males do coração. A primeira a falar se sai com esta, antes mesmo de fazer o pedido ao garçom que acabara de recomendar um cuzcuz marroquino com legumes assados para acompanhar o frango:
"-Desisti de seguir adiante sem auxílio de algum remedinho para me ajudar a combater a minha mania... ah, sim, porque só pode ser mania, coisa doente mesmo, ficar pensando no antigo amor como se ele ainda me amasse e apenas estivesse longe por pura incapacidade de lidar com o estado estranho de amar e ser amado... Sempre imaginando o dia em que voltará. Vou partir para algum antidepressivo para aliviar essas maluquices brotadas das dores da alma..."
Mais não disse. A outra não lhe deu chance, interrompendo-a quase pedindo socorro, com os olhos clamando por alguma ajuda milagreira:
"-Jura? Pois quando a psiquiatra receitar a sua pilulinha mágica, me passe o nome rapidinho pois se você é meio novata nesta espera, que dizer de mim que espero há décadas pela volta do MEU amor? E pior: esperando na certeza de que virá. A vida só está fazendo uns volteios, mas o final será feliz. Na novela, não acontecem mil desencontros mas o final não é do mocinho com a mocinha, juntos e para sempre? Por que comigo não?" (segundos de silêncio e o trágico complemento): "Ou eu não sou a mocinha da história??????????????????"
"- Pois é... (diz a primeira)... será que estamos nos imaginando como a linda e sortuda Gata Borralheira e somos na verdade as irmãs malvadas???????????????"
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