DE TRÁS
PRA FRENTE
27/03/2015
Até que
foi bom a tal senhora – super agradável – encarregada da burocracia exigida
para efetivar meu atual contrato, me pedir cópia do meu diploma. Sou organizada
- até demais -, não me custaria nada de mais, mas, de todo modo, de saída me
pareceu perda de tempo. Eu não queria era parar o que estava fazendo para abrir
gavetas e localizar o troço, inútil a esta altura do campeonato. Mas, para
receber meu suado pro-labore, tive que cumprir a exigência e cedi à ordem dada,
simpaticamente, por e-mail. Ordem que, diga-se de passagem, num primeiro
momento, foi cumprida pela metade. Incompetente, depois de recolocar o original
de volta em seu lugar, tive que buscá-lo mais uma vez, pois faltava enviar
cópia do verso, onde estão os carimbos que autenticam o documento, gerando o
indispensável poder de me habilitar perante o ordenador da despesa a se ter
comigo.
Alívio! Pronto! Enviei! Em termos de papéis, de escrita oficial atestatória de um mérito, tal qual o infeliz copiloto de um dia desses, estou em ordem. Ele apto, eu apta."Em nível de vale o escrito", tudo como manda o figurino. A vida dirá o resto. No caso dele (COMO PRECISAVA DE AJUDA O POBRE RAPAZ!), nem papel, nem nada nem ninguém - falou o que seria necessário dizer. Pelo menos, que se saiba, por enquanto. (Triste episódio que não me sai da cabeça*).
Sobre minha possível competência para revisar o texto que tenho em mãos, algo mais adequado haveria de ser pensado. Meu diploma de Pedagogia não me parece ser o caso. Mas, também, o que seria? Não sou, nunca fui e nunca serei professora de Língua Portuguesa! Só tenho gosto - até mania - de remexer com palavras e brincar de encontrar lugares mais bonitinhos e acolchoados para que se estabeleçam. Às vezes é só sair de uma ponta e se sentar ao meio da frase que um simples vocábulo já dá outro ritimo e leveza ao escrito já posto. Do meu ponto de vista, pelo menos...
O fato, amigos, é que não é de nada disso que eu quero falar. O problema é repetitivo. Quem me lê já sabe. Espero que não se cansem: começo sempre abrindo um assunto e acabo adentrando por um ramal deficitário que me leva para outros trilhos, a tal ponto, que custo a voltar para a linha central que me fez começar a escrever. O ponto de hoje não tem nada a ver com tudo que já rabisquei acima.
Eu disse que foi bom cumprir a tal tarefa porque, no que abri a gaveta dos documentos, encontrei junto com o diploma e seus aparentados uma coleção de jornais, registrando algumas de minhas peripécias por tudo quanto é canto, em atividades profissionais. Aí me veio à memória o filme sobre Benjamin Button, aquele em que o cidadão nasce velho e vai voltando, numa lógica inversa à nossa cronologia etária, até ficar bebê. Não que vá acontecer comigo "à vera". Mas, como me senti mais velha, sisuza, com pose de quem sabe das coisas, em muitas fotos que visitei, perdendo, com isso, meu tempo tão precioso!
Fiquei foi bem contente, esta é a verdade, em ver que, à medida que vou perdendo as certezas e o medo, mesmo com as visíveis marcas do tempo em meu semblante, vou caminhando em direção a um novo tempo de busca de leveza. Muitas lágrimas gastas, mas libertadoras...
Vejam se não tenho razão. E lá se vão mais de 15 anos desta viagem ao interior do Paraná. A senhorinha risonha abaixo está bem mais jovem. Também do meu ponto de vista...
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*refiro-me ao jovem piloto que jogou o avião rumo à morte com todos os seus passageiros.
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