UMA PERGUNTA QUE NÃO QUER CALAR
21/3/2015
DESDE QUANDO DELAÇÃO É ATITUDE MERECEDORA DE PRÊMIO?
Para uma geração que cresceu, desde bem criança, ouvindo que um colega
nunca deve ser apontado como culpado, que o correto para gente de boa índole é
todos se unirem e nunca se delatar um companheiro, que mais vale o silêncio de
todos do que o menor indício de que se sabe quem foi o autor da última bagunça
em sala de aula, é chocante estarmos todos nós, TODA A NAÇÃO BRASILEIRA, à
mercê de delações premiadas. Tal conduta, me parece, é um desvio de tal ordem
que talvez nem tenhamos nos dado conta, na exata medida, da espúria situação
que é inerente à sua natureza.
De Norte a Sul, de Leste a Oeste, nós, brasileiros, nestes tempos
marcados pela perplexidade, temos como os indivíduos mais prestigiados do
momento - como se todo o futuro do Brasil deles dependesse - aqueles que com
dedo em riste estão a indicar um por um dos criminosos – seus cúmplices – que
devem ser punidos com o rigor da lei. Isso, enquanto eles se safam em alguma
medida das possíveis punições. E isso, previsto em lei, fazendo parte das
regras do jogo.
O que antes aprendemos como sendo um desvio de caráter, uma prova de
covardia e de ausência de senso de coletividade e de coleguismo – a delação – é
hoje motivo de prêmio para aqueles que estiveram e/ou estão envolvidos em
desvios de recursos públicos, de uma tal monta que não sabemos calcular nem de
longe suas dimensões, seja em metros cúbicos, seja em serviços essenciais
devidos à população.
O mau caráter tem seu prêmio. Nós temos o espanto. O Brasil tem a conta.
O futuro tem suas penas. E A HISTÓRIA PRECISA DE CADA UM DE NÓS!
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