TRÊS PEDRINHAS-APOIO ENCONTRADOS NA
SAÍDA DO POÇO
16/3/2015
FORMAS DE AMAR?
O cara, conhecido de longa data, cujo
contrato matrimonial é daquele tipo tradicional “me sirva sempre em gestos que
eu te agrado de vez em quando em palavras” – e lá se vão décadas em que o rito
é cumprido à risca, sem desvios –, ao me ouvir dizer, um ano depois de haver
encerrado um relacionamento amoroso, que naquela manhã eu estava triste além da
conta, de saudade, por força de gratas e intensas recordações, com a maior cara
de espanto, deixando evidente como me percebia inadequada, volta-se pra mim e
diz: “Ainda?” Lógicas, quanto ao amor e à vida, diametralmente opostas.
APROXIMAÇÕES
Finalzinho da aula, o colega do
exercício físico, um senhorzinho com carinha de bom, vira-se para a companheira
ao lado e afirma, convicto: “Viu quanta gente querendo dar um jeito no país?
São Paulo bombou! Essa bolsa-família é que elege essa tal de Dilma. Isso só
forma preguiçoso e tem que acabar!”. Eu permaneci onde estava, fazendo-me de
surda. Já faz tempo, quase que na totalidade das vezes, silencio ante as discordâncias desse tipo. Mas não
deixei de ponderar: São Paulo está aqui em Itaipu. Recife em São João da Barra.
Jundiaí em Torres. Tal e qual. E as manifestações todas, até a que repudia
Paulo Freire, está, um pouquinho que seja, pertinho de nós. Quem sabe, dentro
do coração de algum professor. E de alfabetização.
TECLA DE SEMPRE
"Meu território é outro... faço
parte da manada que corre para o impossível!" – Lia Luft
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