domingo, 3 de setembro de 2017

Lugar mais que comum
(Lulu Santos que me perdoe)

Nada é capaz de apagar o que é verdadeiro. O que existe, nessa condição vital, vale e vive - carregado de substância e gosto - por dias, meses, anos, décadas. Inteirinho, até com cheiro e sabor. Com tudo quanto é sentido, pois paladar e tato também não ficam fora da experiência do viver e do reviver...

De nada adianta sacudir o pó do sapato gasto de caminhar, como a querer deixar no ontem o que bate de novo à porta. A poeira acumulada cairá ao chão, na porta de casa. Mas, somente ela. E, assim mesmo, nem toda. Do avarandado pra dentro, tudo ressurge, nítido, visível, sem nenhum resíduo inútil a lhe cobrir a história. Tudo é concreto e vivo. Num certo e amoroso sentido, tudo do que foi será, de novo do jeito que já foi um dia...
(Coisinha miúda, reencontrada aqui)

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