VALE TUDO
18/09/2016
Esta música, logo na abertura de sua letra, é a que me vem à mente nesta manhã em que espio por esta janela viva que é o Facebook. Me ocorre pensar que "isto aqui, ô, ô é um pouquinho do Brasil iá, iá", entendido o nosso país como o território que simbolicamente nos contém. Isso mesmo: a nossa alma, com todas as nossas partes, com todas as nossas neuroses e com todas as demais facetas de todos os outros tipos e tonalidades que nos compõe.
Com esta minha mania arraigada de "carolinar" pelas janelas da observação do cotidiano - mesmo sabendo que a vida é uma trama mais do que bem tecida da qual só vislumbramos retalhos (só desatados, remendados e entendidos com muito esforço intelectual e emocional) - a sedução é quase irresistível de ficar interpretando as escolhas de cada qual, a começar pelas minhas, quando faço/ fazemos nossas postagens.
Imagino que uma destas boas escolas de psicanálise em atuação no eixo Rio-São Paulo, com algumas adesões (é claro!) de alguns argentinos que sempre estão em seu interior, já deve estar pensando numa especialização voltada para o que cada qual diz de si para o mundo pelas redes sociais e dos seus significados e indícios - o que se joga para fora, o que se guarda para si, e o que transita entre uma coisa e outra. E não é só: no estudo a ser feito (continuo a especular), deverá valer a análise dos meios utilizados por quem fala, as respostas que recebe - claro que não diretas - e todos os laços que se estabelecem entre as "linhas do tempo" dos personagens em estudo.
A caminho do sol que me espera, me indago se as individualidades não estão em xeque... se a aparência não está se tornando ainda mais frágil... se o VALE TUDO das exposições pessoais não está a necessitar de cuidados profissionais...
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