Azedume
Quieta no meu canto, revendo mais um texto e ouvindo o ótimo Zeca Baleiro, sou surpreendida com a chegada de Luciélia, nossa empregada, pronta para entabular uma conversa, destas que sempre acabamos por tecer durante um tempinho, enquanto cada qual faz a sua tarefa do dia. Eu que já estou envolta em duas atividades simultâneas, abro a possibilidade de uma terceira, a da conversinha sem compromisso, sempre tão saborosa, sem nenhuma perda ou dano. Dia sim, dia não juntas, acabamos as duas por nos tornar até confidentes, o que é muito agregador e lúdico.
Hoje, nada sério, o assunto era o da mais pura fofoca, boazinha de ouvir e de comentar. Tanto que estou aqui (inventando uma quarta tarefa, a de escrever, diga-se de passagem, passando adiante a fofoca recém ouvida; e,se a amiga telefonar, vamos a ela, será a quinta tarefa, e sigamos em frente, nada demais, é da vida feminina a multiplicidade de ações...).
O que Luci vem contar é que a vizinha, nossa velha conhecida, a mesma que detesta animais e solta bombas para que se calem quando latem, acaba de ser vista na janela batendo palmas para os miquinhos que faziam ruídos (quase inaudíveis) na mangueira do quintal lá atrás. E não é só isso, completa a minha parceira de conversa fiada: outro dia, foram as rolinhas que ciscavam em busca de alimento que foram expulsas pelo ruído humano das mãos avessas às pequenas aventuras e venturas do cotidiano.
Terminando aqui, não tem jeito, vou ter que dar vez a mais uma tarefa: acho que vou jogar pelo muro alguma coisa para a "boa senhora" fazer lá do outro lado. Parece que está faltando coisas a agir do lado de lá.
(E paro por aqui porque vem me dando vontade de escrever um rolzinho de pequenos- grandes prazeres a serem exercidos por casais já de idade avançada. Huuum, paro já, pois a mente dá sinais de rememorações inadequadas a uma senhora distinta como eu. Meus sais!).
Mas, antes de encerrar, permitam-me: PORRA!
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