Para escrever, vale qualquer especulação...
Um antigo companheiro, ao ver que tenho no armário do escritório a frase "Olhei a cidade de cima e nem assim encontrei meu lugar", tentou me questionar, achando absurdamente impossível a mulher que ele via como tão especial estar imbuída de tamanha incerteza quanto a si própria e a seu lugar no mundo. Eu tentei argumentar, creio que ele não conseguiu entender bem, o fato é que ele virou passado e a frase ainda está aqui me olhando, num tempo presente mais que perfeito.
Hoje acordo pensando que isso talvez deva vir do tempo em que, menininha ainda, quando estava na Praça São Salvador para pegar o bonde, o meu, o do Caju, ele era o único que seguia no sentido contrário de todos os demais... E era a direção não só lá de casa, como também do cemitério...
(Na foto, nossa casa, já velhinha, quando já não era nossa. Passando por lá, anos depois, fiz o registro)
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