quarta-feira, 31 de agosto de 2016

Para rirmos de mim, faz mal, não...
(Escrito em 31/08/2015
Tem um tempinho aí, eu andava meio (ou muito) borocoxô por conta de um amor mal terminado. Estava ruim mesmo. Remorso e coisa e tal. Chorava dia sim, outro também. Foi quando não faltaram palpites para que eu abrisse meu coração para outro amor, naquela velha cantiga de que só um amor cura o que acabou. E eu?, nada, nada de querer pensar no assunto! Sob nenhuma hipótese. Não adiantava surgir ninguém com alguma segunda intenção que eu já saía anunciando que havia fechado o coração. E não era para balanço, não. Era coisa derradeira, definitiva. Meia volta, companheiro. Não perca suas ilusões comigo!
Mas o tempo foi passando, e a gente sabe como são estas coisas... Do luto fechado, a gente começa a usar preto com bolinhas brancas e, quando espanta, o luto fica apenas para ocasiões especiais, e que vão rareando. É da vida. Pois, vá se entender o porquê, ninguém vai acreditar, quando fiquei menos fechada para novos empreendimentos afetivos, rarearam as ofertas. Nada de novo no front. Mercado em baixa total.
Amigas, sempre elas, não faltaram, para dar novos palpites para o ressurgimento de alguma coisa nova no coração da "viúva". E foi aí que me chegou de uma querida colega, a ideia de me inscrever num desses grupos de namoros virtuais. A mulherada tem feito uso à beça do recurso e uma delas me animou a dar início à nova experiência. Titubeei, mas acabei arranjando uma hora para dar início ao trabalho de colocar-me na janela.
Nem vou dar detalhes da chatice que é preencher o perfil, ficar em dúvida se uma ou mais fotos devem ou não serem expostas... Tudo muito cheio de dúvidas quanto à segurança pessoal, por mais que eu seja um tanto desprovida de temores e dessas coisas do gênero. Mas, a amiga aconselhou, eu fui seguindo as "normas". Pronto, lá estava eu, toda faceira. Uma Carolina perfeita, na janela. Ou uma Dona Baratinha. Como queiram...
Sem mais delongas, vou direto ao resultado da novidade.
O primeiro candidato não tardou a aparecer. Bem que o site diz que "perfil com foto tem mais chance de atrair candidatos". Eu obedeci, fui premiada e me animei toda com a brincadeira. Simpático o moço. Mensagem bem escrita, ausência de erros de concordância, foto sem inspirar grandes emoções, mas também sem provocar gastura ou repulsa. Bom começo. Mas, a decepção estava à espreita e não tardou a me pegar pelo pé: militar reformado! Isso, em plena época em que alguns andam por aí pedindo a volta dos militares decretou a sentença de morte do infeliz. O adeus veio antes de qualquer possibilidade. Tirei meia dúzia de palavras bonitas da cachola e fugi sem dó nem piedade. antes de qualquer aproximação com aquela farda verde-oliva, por mais que estivesse num velho e requintado armário de uma bela e atraente cidade do interior do estado...
Sem me deixar levar pela primeira experiência negativa, vou ao segundo candidato. E com ele cheguei a conversar um pouquinho. A fisionomia do moço era agradável, cara de gente boa. E assim, dedilhamos algumas conversinhas a distância. Foi meu mal. Conversei sem ler o perfil do cidadão, Me despi de preconceitos e entabulei um papo num entardecer de domingo em que o Flamengo ia perdendo e me deixando enjoada diante da TV.
Pois bem, entre a terceira ou quarta conversa, resolvo dar uma passeada no que o candidato dizia de si em sua página.
Resumo da ópera: saí do grupo. Pago mais nenhuma mensalidade, não. É dinheiro jogado fora! Candidato com um metro e 51 centímetros?
Tô fora!
Chega!
Ninguém pode dizer que não tentei. E gostei demais. Como uma situação para reabastecer o meu bom humor diante da vida. E só.

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