A TRISTEZA PELO OUTRO
11/5/2016
Que 11 de maio é este onde nas ruas de minha cidade tudo transcorreu normalmente sem nada de diferente que perturbasse o caminhar das pessoas, o buzinar dos motoristas apressados ou, em seu todo, o correr costumeiro dos dias banais?
Que 11 de maio é este onde os chamados senadores da República se sucedem na tribuna, falando para as câmeras da TV, com o plenário totalmente esvaziado (pasmem, eu vi, uns gatos pingados, aqui e acolá), indicando que os oradores só chegam ao local da sessão quando se aproxima a sua vez de falar, num jogo de cena falso até a medula?
Que 11 de maio é este em que os apoiadores da cassação e que tanto incentivaram os parlamentares golpistas, agora estão silenciosos, cada qual em seu canto, sem demonstrar nenhuma vontade de se entregar a uma até natural comemoração coletiva?
Não sei responder. Só sei e sinto que para mim não haverá mais tempo de ver nosso país viver alguma outra tentativa menos elitista de desenvolver políticas públicas. Não deu.
Não quero ser pessimista, mas desconfio que está por vir um largo tempo de perdas e indignidades.
Quanta dor! Não por mim que estou aqui deitada em minha cama acolhedora, cheirosa e protegida. Mas, por quem não tem onde deitar. Ou onde cair morto, como se diz por aí.
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