sexta-feira, 26 de maio de 2017


UM DIVÃ PRO CRIVELLA, URGENTE!
26/05/2017

Quando vi ontem esse senhor que conseguiu se eleger para prefeito do Rio falar na TV que acabava de chegar de Moscou e que o que viu por lá deveria ser feito aqui, quase encomendei alguns comprimidos de fluoxetina para colocar goela abaixo e conseguir puxar o ar pra dentro dos pulmões no átimo de segundo seguinte, para não cair dura, asfixiada. E ele deu detalhes. É bem verdade que o olho de peixe morto não se alterava, a sua máscara de tipo mortuária estava posta em sua inteireza: nenhuma emoção maior podia ser vislumbrada. Era a inexpressividade em seu estado mais puro. Mas da garganta saiam palavras – mesmo que também um tanto apagadas – para explicar o seu entusiasmo com a obra russa. Algo assim:
“- Não estamos aqui mesmo sobre uma laje? (apontando para o piso do lugar onde dava a entrevista) Pois é exatamente assim em Moscou. Temos que trazer para cá aquela maravilha. Por baixo, um túnel. Sobre a laje, ergue-se uma nova cidade: escolas, shoppings, tudo que há numa cidade. Uma maravilha!”
Creio ser de bom alvitre providenciar uma junta de psicanalistas e psicólogos, chamando até um ou outro da linha comportamentalista, misturando todas as tendências e seus dignos representantes (alguns russos fariam bem ao grupo) para cuidar do senhor prefeito. O que ele parece querer mesmo é cobrir o Rio, deixar a dura realidade que ele teima em não considerar – sequer ver – como se fosse possível se alienar do que está sendo o Rio de Janeiro por baixo dessa sonhada laje que ele deseja projetar.

Não dá pra esconder, não! Acorda, Prefeito! Ao trabalho, meu senhor!

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