CACOS
30/5/2016
Há muitos anos isto não
acontecia. Mas ontem, durante o café da manhã, por um movimento inesperado, lá
se foi ao chão a bonita garrafa térmica preta que há anos nos acompanha,
anunciando, ela própria, em cima do lance, pelo som que liberou de seu
interior, a certeza de que sua vida útil chegará ao fim. O barulhinho tipico
dos mil cacos em que sua proteção espelhada se transformou, quando eu a trouxe
do chão da cozinha de volta à mesa, não deixou dúvidas: fim de linha, cessação de missão, término de caminho.
Com a garrafa, eu
sei bem o que fazer. Até tenho opção: ou comprar uma nova ou repor o miolo, que
existe à venda lá pelo centro da cidade.
Mas, e com
este governo em frangalhos, o que fazer? Como vamos continuar a assistir ao
despencar dos frutos podres que murcham, ao chocoalhar dos fragmentos
asquerosos em suas sucessivas quedas, ao desmantelar do engodo que tentam
emplacar sem a menor legitimidade?
Um jurista,
pelo amor de Deus!
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