ENTRE NÓS, IDOSAS INTERNAUTAS
26/5/2014
Andam reclamando que eu ando muito
reclamona, sem escrever nem mais um textinho daqueles que têm sempre uma boa
dose de humor. Quase que só tenho mirado o lado pesado das coisas que andam
brotando aqui e acolá. E é verdade! A culpa, juro que não é minha. Está difícil
captar indícios de comicidade nos últimos giros do Planeta. Só se for no
aspecto irônico ou sarcástico, sempre atrelados ao humor. Mas, aquelas coisicas
do cotidiano que sempre me pegam pelo pé e que me fazem rir e querer por no
papel virtual para levar os amigos a rirem comigo, sei lá por qual motivo,
estão escasseando aqui por minhas bandas.
Hoje, no entanto, feliz da vida, eu
me lembrei de um encontro que tive com uma velha amiga um dia desses e o que
ela me falou me pôs pra rir e a querer compartilhar com vocês. O tema é
atualíssimo e de interesse de grande parte dos que aqui dividem comigo este
espaço de trocas. Trata-se do contingente, mais do que expressivo,
principalmente de senhoras, que têm aproveitado seu tempo vago de aposentadas,
usando e abusando da comunicação digital, principalmente aqui no “Face” (e
todas falam assim mesmo, pensando que, com isso reduzem uma meia dúzia de anos pelo
intimidade com a rede). Estou a imaginar que os mais jovens vão nos deixar aqui
falando entre nós, para não misturar alhos com bugalhos. Ou, Cauby Peixoto com
a mais nova banda inglesa de rock progressivo. Sinto algo no ar indicando que
este espaço está se tornando pequeno demais para tamanha junção
intergeracional... Um sobrinho-neto já me ameaçou: “Não me chame pra amigo que
eu não aceito, viu, tia?” E eu obedeci.
A mulherada da faixa dos 60
"mora" no Face. As professoras, então, essas trocaram os infames
diários de classe pelo novo brinquedinho, e tome de mandar mensagens, uma
profusão delas, não se sabe oriundas de qual fonte inesgotável. Há momentos em
que eu não sei se rezo a Ave Maria, se curto a paisagem escandinava ou se
convoco os interessados para o próximo ato a favor ou contra alguma nova medida
jurídica que acaba de atingir uma parcela específica da população... Sem falar
do que quero mesmo postar, que são sempre as minhas mal traçadas linhas, como
agora, por exemplo...
Cada amiga cuidou de ter o seu
técnico de plantão para lhe garantir um mínimo de entendimento de como as
coisas funcionam e...mãos à obra. É diálogo que não acaba mais. E ai daquela
que não curtir durante um tempo as postagens da outra. É coisa de gente
ingrata! Nem precisa comentar nem compartilhar, mas curtir? Aí já é demais. Tem
que curtir! Um dia desses até, uma amiga me mandou in box uma mensagem dizendo:
“Vc viu o que escrevi na sua página? Vc nem curtiu!!” Eu corri lá e dei uma
geral nos agrados a respeito do que ela havia escrito. E, pronto, dormi
tranquila!
Meninas, este Face é um barato! Está
rendendo boas trocas, não é? Chegou em boa hora! Para mim, que não faço tricô
nem crochê, é uma opção mais que louvável! Agora, o nosso não saber a respeito
da tecnologia que temos em mão é o que me leva a gargalhar. Os jovens que já
nasceram com a mão num teclado sabem tudo, mas nós... isso não é de nosso tempo
e não é simples a adaptação. Vejam, se não é engraçado, eu ouvir de uma outra
idosa a seguinte pérola: “Carmen, o seu computador tb tem vírus? Menina, quando
eu ligo o meu tem um japonês que dá de falar... No seu, esse tal japonês fala
tb?” Sem reposta, sufocada pelo riso, corri para casa e hoje repasso para todas
as outras aposentadas como eu esta história que para mim não teve preço.
Felizmente, antes de me despedir da
amiga querida, ela me confidenciou: “Agora, está tudo certinho lá em casa, o
meu técnico foi lá, deu uma geral no meu micro e o japonês sossegou.”
Estou rindo tanto que nem sei se
expliquei bem a historieta... Vou é tomar um copo d’água. E que atire a
primeira pedra quem já não ficou em pânico diante deste “cérebro eletrônico”
(assim o chamávamos quando ele surgiu lá longe, no outro hemisfério).
E antes que eu me vá, indago:
"tem japonês falando por aí?"
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