terça-feira, 23 de maio de 2017

MORTE EM VIDA
23/5/2017
É mais ou menos assim. Impossível encontrar palavras, ainda mais pretensamente exatas, para traduzir o estado d’alma desta hora em que me faltam o ar e o mínimo de higidez para qualquer passo para além da porta. Esmiuçando termos e expressões que possam me traduzir aos fora de mim e de minha agonia, é como seu estivesse à procura do essencial e mesmo ele se esquivasse aos meus apelos. As impossibilidades se expandem e alcançam os mais essenciais dos elementos necessários à vida. Onde a liquidez da água? O calor do fogo? A terra como chão a sustentar o passo? Ou o estado gasoso do ar a me garantir a vida? O estabelecido foge e se esvai. O translúcido, repentinamente, turvo. À volta, tudo em suspenso. Não há garantia, nem a mínima, para o próximo passo a ser dado. A visão sem alcançar mais que um fosso escurecido. Melodias ausentes de meus ouvidos. A pele, ressequida, sem encontrar o conforto de um abraço. Na boca, tudo insosso, expulsos os bons sabores que tão bem conheço.
Sensação – plena – de oco, vazio, ausência. Até quando?

Nenhum comentário:

Postar um comentário