Interessante (ou engraçado)
24/05/2016
Tem pelo menos uns vinte e poucos anos que eu
trabalhei com Luiz Raul Machado, querido amigo e autor de deliciosos textos
para crianças, a começar pelo mais que delicado João Teimoso. Desde a leitura
desse pioneiro, fiquei viciada em ler Luiz Raul e guardo aqui comigo cada uma
de suas obras, hoje, arrumadas na mesa de Luna para quando ela vem alegrar
algumas (sempre poucas) horas de meus dias. E foi lá atrás, por essa ocasião,
que eu, ainda engomada no meu jeito de escrever, no
convívio com a simplicidade do dizer do amigo escritor, fui começando a retirar
as capas artificiais do meu dizer, buscando uma maior simplicidade na maneira
de fazer sair as ideias de mim para o mundo.
Até hoje, a conquista da simplicidade é um desafio.
Desafio muito difícil de alcançar. Luto com as palavras e nem sempre consigo me
livrar dos longos parágrafos, recheados de vírgulas e que sempre poderiam ser
menores. Os erros, os vícios, o jeito barroco e encurvado de traçar a escrita
me perseguem e quase nunca dou conta de alcançar a suavidade que o jeito de
narrar menos complexo favorece. Apenas uma conquista obtive e com relação a ela
posso dormir tranquila: estou livre das mesóclises, tão artificiais quanto
criadoras de um aparente (só aparente) acerto no dizer. Um alívio!
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