quinta-feira, 4 de maio de 2017

SEM MILITARES TAMBÉM HÁ ARBÍTRIO
4/5/2017

Creio que é pelo fato de os militares só estarem se pronunciando em pequenos círculos privados, sem tomarem o poder em nome dos detentores do poder, que grande parte da população não está ainda se dando conta de que estamos vivendo um período de exceção e de arbitrariedades, em que a cidadania está desprotegida de todo.
Interessante que em grande parte dos assuntos, notadamente em se tratando de política, o momento é de uma clareza exuberante – são nítidas as diferenças entre maneiras de pensar que se opõem e as pessoas estão mais seguras quanto aos seus pares. Com o processo de impeachment, cada qual se posicionou, muitos até de forma agressiva e contundente e tudo ficou às claras. Hoje, cada um de nós sabe “com quem está falando”.
Mas, o fato de serem os próprios civis a estarem comandando o processo de destruição das instituições e de acirramento da violência, posta em prática, sob seu comando, mas particularmente exercida pelas PMs, mas também evidenciada em qualquer situação de conflito, me parece que está sendo um forte componente para disfarçar nosso fundo do poço constitucional. E a guerra civil em ação.
Em termos de relações humanas, nada é pior do que não se ter segurança quanto ao outro. Vc pode até escolher se relacionar com uma pessoa carregada de “defeitos” ou contradições, do seu próprio ponto de vista. Mas, desde que não haja disfarces e enganações no trato e no “contrato” afetivo. Mas, quando a prática é a do desprezível disfarce, aí fica difícil de levar...
Pois eu creio que é desse mal que estamos sofrendo: estamos sob a aparência de uma democracia, os militares calados, e nosso lombo, notadamente o dos mais sofridos e desvalidos da sorte, está lanhado de cortes profundos, doídos, e de difícil cicatrização: uma ditadura adoçada por ter um Congresso (de merda) em funcionamento.
E ainda tem bobo cantando pra maluco dançar, sem se dar conta que a barbárie está em sua esquina, ameaçando a sua própria vida, interesses, família e que tais. Se é que ainda não chegou a si.
Mas, como não há mal que dure para sempre, alivia-nos saber que houve a GREVE GERAL de 28 de abril nisso tudo e que, por mais que diluam a sua força, foi prova de que a sociedade organizada está viva e se recolocando
Mas, de todo modo, mais lucidez, por favor!

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