WESLEY E JOESLEY
20/05/2017
É só ler o nome dos personagens que damos de cara com a realidade, sem
chance de dela fugir nem por milagre: Wesley e Joesley. Brasileiros na testa,
carimbados. Praticamente duas jabuticabas. Alvoroçando-me em voos imaginativos,
até com carimbo de reconhecimento ISO.
Poderiam ter sido alunos meus lá de Imburi de Barra ou do Henrique Lage;
ou uma dupla sertaneja de sucesso (até do sub-ramo “sertanejo universitário”,
que, aproveito, e peço que me expliquem do que se trata, ignorante que sou no
assunto...); ou um par de gêmeos univitelinos filhos de um casal de jovens
recém formados por benefício de um destes programas sociais que o tal do Lula
(este, sim, com nome imperial – Luis Inácio!) inventou com a sua mania de dar
direito a pobre de estudar e fazer Ciência.
Qual nada! Wesley e Joesley são dois brasileiros, dois pequenos
açougueiros, como andam dizendo por aí, bem pejorativamente, claro para
desmerecê-los, lá de Goiás, e que deram certo na vida: enricaram. Enricaram, é
pouco. Enricaram para c$#@lho! Atingiram o que as “boas escolas” privadas
brasileiras estão fazendo de tudo para conseguir com seus pimpolhos bem
nascidos: dominaram o mundo dos negócios e se deram bem. Sim, porque não venham
com chorumelas de que o que se deseja é formar o cidadão bem sucedido de bom
coração, preocupado com o outro, ao lado, o pobrezinho. Faz-me rir! Não se
serve a dois senhores, minha gente! Ou bem se forma o cidadão de bem ou bem se
forma o cidadão de bens. As prioridades se chocam, convenhamos. Mas, isso é
outro assunto, não cabe agora.
O caso aqui é o elogio ao que a sociedade brasileira faz por conseguir e
que merece todo o nosso reconhecimento. Acompanhem comigo. Dois moços,
interioranos, com sotaque que costuma ser rejeitado pela elite, têm chance de
ampliarem seus negócios, pelo apoio de um governo de um certo cunho popular de
valorizar a indústria nacional, crescem e ficam ricos. O que fazem? Seguem a
lógica que aprenderam nas linhas e entrelinhas do agir de sucesso: compram
pessoas; casam-se com mulheres enquadradas no padrão de beleza que domina a
sociedade; passam a adorar os Estados Unidos e sua sociedade marcada pela forma
imperialista de ser; deixam-se levar pelo luxo e pelas aparências; dominam com
dólares de seus lucros todo o aparelho de Estado; o Outro, seja qual for, é
Objeto que submete mediante seu poder de servir ao deus DINHEIRO; seguem a
cartilha do individualismo exacerbado e endossam o egoísmo como regra de vida;
postam-se nas nuvens de quem tudo pode e tudo compra; jogam às favas qualquer
resquício de Ética; traem quaisquer pessoas para garantir seus propósitos;
garantem a sua liberdade e a dos seus, mediante seus instrumentos próprios; e
... final feliz... voam para os Estados Unidos para viver no país que funciona
bem e que não é um brasilzinho qualquer, de merda.
Parabéns, Brazil!!!!!!!!!!!!!!!!!! É só dar chance que qualquer um faz o que ensinamos. E viva Wesley e Joesley! Bom proveito, caros vermes! E nós todos, que cá ficamos, façamos nossa autocrítica. Esse sucesso todo tem tudo a ver com o nosso fracasso como sociedade educadora. No sentido da humanização, claro.
Parabéns, Brazil!!!!!!!!!!!!!!!!!! É só dar chance que qualquer um faz o que ensinamos. E viva Wesley e Joesley! Bom proveito, caros vermes! E nós todos, que cá ficamos, façamos nossa autocrítica. Esse sucesso todo tem tudo a ver com o nosso fracasso como sociedade educadora. No sentido da humanização, claro.
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