PROFESSORA, SIM, ... MAS QUEM CHAMOU?
5/5/2015
Não sei que mania é esta - só pode ser coisa de professora aposentada - E
PRETENSIOSA! - de tudo quanto é descoberta que faço enquanto vou vivendo,
sentir-me no impulso de compartilhar, como se houvesse uma tarefa a cumprir. Se
eu descobri, que chegue ao mundo! No final, quase não resta nada que seja de
meu domínio estritamente privado. Se não me cuido - e muito! - até minhas
declarações de amor escapam por aqui... Ás vezes chega a ser lamentável! Só dou
de banda mesmo porque com a idade que aproveito, não tenho mais tempo para
essas bobagens do que pode ou não ser ridículo.
Seguinte: trabalhar, mas com a minha natureza a me empurrar cada hora prum
canto, demora mais. É mais rico, mas leva muito mais tempo. Não sei se é melhor
ou pior. Mas é mais vivo. Sendo assim, o resto que se dane! Na verdade, esta
minha multiplicidade me consome: pela janela, a me convidar de vez em quando o
olhar para fora, está a Serra da Tiririca, hoje verdinha da silva, com a chuva
que caiu, intensa. A janela está bem aqui, não perco tempo - vou lá e olho, e
penso, e sinto, e cheiro. De outro lado, chega um aviso de uma nova mensagem no
Face. Lá vou eu, paro a minha leitura entre um e outro parágrafo, leio a
novidade e ainda dou uma passeada pelas informações mais visíveis. A Política é
outra paixão e não me deixa incólume: leio, reflito, imagino, tranço.... Não
duvidem, se a partir de uma notícia daqui eu não saia marcando uma reunião para
que possamos dar conta de entender a conjuntura. É como se o mundo - seus
temperos, suas agonias e suas iniquidades - fosse meu senhor a me exigir
gestos, atitudes, providências. Sem stresses mas indo adiante. A sensação de
pertencimento me domina. E, se pertenço, estou com.
E há, ainda, o que vai surgindo do próprio trabalho, que logo eu quero
dividir com mais alguém, como se o mundo dependesse de minha colaboração para
seguir adiante. Uma presunção sem tamanho e explicação! É o caso de um novo
sentido que eu desconhecia - escravos de eito - que acabo de ler num texto
científico que revejo e que eu logo imaginei tratar-se de um erro de digitação
para falar das escravas de leito, por tudo que sabemos das mulheres negras que
"serviam sexualmente" a seus senhores. Fui em busca de informação e,
diante da surpresa a respeito, divido com os amigos - "escravos de
eito" eram escravos do campo, ou seja, que trabalhavam na lavoura,
diferentes dos "negros de ganho”, que trabalhavam nas cidades.
Poderia não dividir com vocês? Se eu não sabia, alguns poderiam também não
saber ainda.
Mas, vale a pergunta: alguém me chamou? Pediram a minha opinião? Não! Mas,
sem pedir licença, cá vim eu. E volto a ler o tal texto. Que, aliás, está super
interessante. Alguma nova descoberta farei mais adiante, por certo. Além de
ganhar meus trocados...
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