Amar
A linda Claudia, à direita, junto com outras pessoas também muito queridas, em junho último. |
(Escrito
em 27/09/2015, em homenagem a Claudia Delbons)
É pegar, com a própria mão, na geladeira requintada da cozinha - alva e ampla - um litro
de leite de boa qualidade, uma caixa de chocolate de tipo bem saboroso, um
creme de leite recolhido na despensa anexa, bem ao lado da área de serviço,
curvar-se para buscar a panelinha clara no armário sob a pia, pegar uma colher
de pau na gaveta onde se espalham apetrechos vários para as delícias que
costumam ser aqui preparadas, apertar o botão que dá um gritinho anunciador de
que o fogo já se faz presente, dedicar seu tempo a ir misturando os
ingredientes que recém selecionou, e colocar-se a preparar o seu inigualável
chocolate, cremoso e fumegante. Mas não é só isso. É também, concluída a tarefa
e dando conta, sozinha, de acondicionar o líquido deveras delicioso num
depósito apropriado e bem vedado, pegar a chave do carro, sair, fazer a manobra
necessária para o veículo chegar à rua, dar saída e seguir alguns tantos
quilômetros, alcançar a casa um tanto distante, para adoçar a boca e o coração
de uma velha senhora, bem humilde, cuja vida já se estende por mais de 90 anos,
enferma, que ama o seu chocolate quente.
Vivo aprendendo a viver com esta moça linda, por dentro e por fora, de quem tenho
orgulho de ser tia e amiga.
Seu exemplo, seu viver, sua aura são mais brilhantes do que a lua que lá de cima
nos traz beleza e inspiração, como registrei dijaojinha.
Como é magnífico estar viva para ver, quietinha, uma cena tão bela como esta. Tudo em
silêncio. Tudo feito em gestos. O que faço apenas é narrar o que aprendi,
jogando ao vento com minhas palavras, o que, com certeza pode gerar filhotes.
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