terça-feira, 27 de setembro de 2016


Amar


A linda Claudia, à direita, junto com outras pessoas também muito queridas, em junho último.


(Escrito em 27/09/2015, em homenagem a Claudia Delbons)

É pegar, com a própria mão, na geladeira requintada da cozinha - alva e ampla - um litro de leite de boa qualidade, uma caixa de chocolate de tipo bem saboroso, um creme de leite recolhido na despensa anexa, bem ao lado da área de serviço, curvar-se para buscar a panelinha clara no armário sob a pia, pegar uma colher de pau na gaveta onde se espalham apetrechos vários para as delícias que costumam ser aqui preparadas, apertar o botão que dá um gritinho anunciador de que o fogo já se faz presente, dedicar seu tempo a ir misturando os ingredientes que recém selecionou, e colocar-se a preparar o seu inigualável chocolate, cremoso e fumegante. Mas não é só isso. É também, concluída a tarefa e dando conta, sozinha, de acondicionar o líquido deveras delicioso num depósito apropriado e bem vedado, pegar a chave do carro, sair, fazer a manobra necessária para o veículo chegar à rua, dar saída e seguir alguns tantos quilômetros, alcançar a casa um tanto distante, para adoçar a boca e o coração de uma velha senhora, bem humilde, cuja vida já se estende por mais de 90 anos, enferma, que ama o seu chocolate quente.

Vivo aprendendo a viver com esta moça linda, por dentro e por fora, de quem tenho orgulho de ser tia e amiga.

Seu exemplo, seu viver, sua aura são mais brilhantes do que a lua que lá de cima nos traz beleza e inspiração, como registrei dijaojinha.

Como é magnífico estar viva para ver, quietinha, uma cena tão bela como esta. Tudo em silêncio. Tudo feito em gestos. O que faço apenas é narrar o que aprendi, jogando ao vento com minhas palavras, o que, com certeza pode gerar filhotes.



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