CONVOCAÇÃO PARA ALGUNS, OS
INCONFORMADOS COM A DESIGUALDADE SOCIAL
AUTORRESPOSTA AO DESABAFO DE ONTEM
LEITURA PARA QUANDO SE TIVER TEMPO (Se o tempo for curto, espere,
leia depois e RESPONDA)
(Escrito em 17/09/2015)
Desistir nunca é a solução. Nem que se queira. Ser persistente,
renitente, insistente, teimoso, ou qualquer qualidade deste mesmo teor, é mais
forte do que nós. Olhou o mundo, entendeu o básico de sua lógica, se o
inconformismo com a injustiça se instala, está posto um estado d’alma que passa
a ser permanente. Não há produto que faça o milagre de apagar a incômoda
descoberta. Já vi muita coisa neste mundo. Também pudera: faz 70 anos que abri
meus olhos lá pela Planície, lugar, aliás, privilegiado, pelo alcance que a
vista alcança para que se vejam iniquidades e mazelas sociais.
A pessoa pode mudar de lado, aí é outra coisa. Ir-se acostumando com o
“charme do poder” e ir encontrando recursos, até teóricos, racionais,
pragmáticos, para mudar o rumo de sua prosa e de sua trilha. Mas, para quem,
mesmo com o passar dos anos, continua sentindo seu peito apertado diante da
injustiça social, aí não adianta nem colocar a alma para quarar ao sol que o
compromisso com uma nova ordem está lá dentro, cravado, sem desapegar por nada
deste mundo. Vira parte de si. Se sem o coração não se vive, sem o compromisso
com a humanização também não.
O assunto é o Brasil de hoje. Susto. Apreensão. Incertezas.
Estarrecimento diante do olhar encurtado de muitas e muitas pessoas. Por outro
lado, maior segurança no trato com tudo e com todos: como alguém já disse por
aí, cada qual saiu do armário, não apenas no que se refere à sexualidade e
gênero, mas em termos de suas convicções e entendimentos. O “jeitinho” vai se
esfumaçando e vem surgindo em seu lugar uma profícua visibilidade e
transparência. Cada qual, a seu jeito, vai expondo sua maneira de encarar a
vida, suas curvas e encruzilhadas. As feridas estão ficando abertas e mais
facilmente identificáveis. De minha parte, por mais sofrido que seja, prefiro
preconceitos a olho nu a disfarces que retardam a sua identificação.
Em se tratando da ordem constitucional, no curto prazo, só buscando parceiros para irmos encontrando possibilidades de intervenção para este momento politicamente dramático, em nosso país. Não se trata aqui de uma discussão sobre a capacidade ou não de Dilma resistir. Ou de uma convocação para avaliarmos juntos as táticas que vêm sendo empregadas para que ela e o seu partido sangrem até em 2018 a outra força conquistar novamente o poder perdido no âmbito do Executivo Nacional. Sobre isso, que cada um de nós continue a debater, estudar e encontrar seus meios de caminhar menos isoladamente.
Em se tratando da ordem constitucional, no curto prazo, só buscando parceiros para irmos encontrando possibilidades de intervenção para este momento politicamente dramático, em nosso país. Não se trata aqui de uma discussão sobre a capacidade ou não de Dilma resistir. Ou de uma convocação para avaliarmos juntos as táticas que vêm sendo empregadas para que ela e o seu partido sangrem até em 2018 a outra força conquistar novamente o poder perdido no âmbito do Executivo Nacional. Sobre isso, que cada um de nós continue a debater, estudar e encontrar seus meios de caminhar menos isoladamente.
A MINHA CONVOCAÇÃO É PARA UMA LUTA DE MÉDIO E LONGO PRAZO. ESTOU
CONVENCIDA – E OS ÚLTIMOS TEMPOS TÊM SIDO INIGUALÁVEIS QUANTO A ISSO – DE QUE A
IMPRENSA, A MÍDIA, COMO QUEIRAM, É A GRANDE RESPONSÁVEL, EM FUNÇÃO DE SEU PODER
DE DISSEMINAÇÃO DE IDEIAS, PELAS DISTORÇÕES QUE SE ESPALHAM EM CADA CANTO DO
PAÍS, FORMANDO MENTES PRECONCEITUOSAS, COM VISÕES SEGMENTADAS, PARCIAIS,
DISTORCIDAS IDEOLOGICAMENTE, QUE LEVAM AS PESSOAS A REPETIREM DISCURSOS CONTRA
SI PRÓPRIAS, SEM QUE AO MENOS SAIBAM COMO ESTÃO SE AUTODESTRUINDO INDIVIDUAL E
COLETIVAMENTE.
Hegel, lembrado por Botton (2015), já dizia que a modernização das
sociedades chega “quando o noticiário passa ocupar o lugar da religião como
fonte de orientação e de referência de autoridade” (p.11). É esse nitidamente o
nosso caso, não?
Mas, não basta continuarmos todos falando mal da mídia,
responsabilizando-a, sem que nos eduquemos para identificar sua forma de agir e
tomarmos para nós a ação de debater um método de ler criticamente a mídia.
Apontar a responsabilidade da mídia na formação das consciências e das
nossas subjetividades é MUITO POUCO, se ficarmos apenas no discurso a esse
respeito, sem uma ação que fure essa bolha. Poderosa e dilacerante bolha.
O assunto é grave e precisamos estudá-lo. Em termos de futuro, entendo
que é a nossa ação sistemática, com base em estudos concretos a respeito dos
meandros da mídia e de como ela atua que pode trazer a chamada leitura crítica
e o reencontro do sujeito consigo próprio, com uma maneira de ser e de agir que
não seja deturpada e forjada por quem tem interesse na manutenção da
desigualdade, da injustiça e da humanização.
Mais doído que ver os poderosos criarem discursos e os espalharem por seus diversos meios, é ver a absorção desses discursos pelos que sofrem a ação mais doída da sociedade desigual em que se inserem. É o cordeiro justificando por quais motivos e meios ele deve ser devorado pelo lobo.
Se alguém concordar com o que digo, proponho que se manifestem. A ideia é formarmos um grupo de estudos voltado para a mídia e sua forma de ser (Presencial? Virtual?) e possamos levar para outros espaços – escolas, sindicatos, empresas, ONGs, ... – formas de leitura da mídia, de maneira a construirmos juntos instrumentos de resistência e de combate à sua força indutora de um pensamento hegemônico aprisionado ao jeito de ser da sociedade atual – perversa e alienante.
Mais doído que ver os poderosos criarem discursos e os espalharem por seus diversos meios, é ver a absorção desses discursos pelos que sofrem a ação mais doída da sociedade desigual em que se inserem. É o cordeiro justificando por quais motivos e meios ele deve ser devorado pelo lobo.
Se alguém concordar com o que digo, proponho que se manifestem. A ideia é formarmos um grupo de estudos voltado para a mídia e sua forma de ser (Presencial? Virtual?) e possamos levar para outros espaços – escolas, sindicatos, empresas, ONGs, ... – formas de leitura da mídia, de maneira a construirmos juntos instrumentos de resistência e de combate à sua força indutora de um pensamento hegemônico aprisionado ao jeito de ser da sociedade atual – perversa e alienante.
Vamos conversar? O que dizem? (*)
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