GRATIDÃO
(ESCRITO EM 23/09/2016, APÓS A BOA NOTÍCIA SOBRE MINHA SAÚDE)
Mariana quer que eu agradeça a Deus. Martin também. Muitos
dos familiares e amigos queridos de modo idêntico. Mas, nem em situações-limite
como esta que vivi, como outras para trás, não tenho esta fé que esperam de
mim, e fico apenas à espera do que vem. Passivamente. Sem nenhum poder, nem
posto em mim nem em quem quer que seja, maior do que eu. Não por desrespeito a
nada ou a ninguém. Esse ser superior é para mim desconhecido e não
sentido. Racionalmente ele não me chega. Intuitivamente, ele não me
sensibiliza. Tenho até medo de falar assim e, na minha ignorância e
sinceridade, ofender o grande autor das coisas e dos destinos, e ser penalizada
por força de seu poder. Verdade! Sou um poço de dúvidas. Vai que Irmã Zilda tinha
razão, há um juízo final e eu me lasco toda... Mas, tenho um lado meu – o mais
nítido – que crê que o esforço que faço para ser uma pessoa de bem é o que
vale. Mais até, muito mais, do que ir à missa e não olhar o outro como um
igual. E, aí, nesse contexto de não saberes, de dúvidas e de questionamentos,
uma certeza eu tenho: é a que gira em torno do amor de meus amigos – de sangue
e da vida – tanto deles para mim como de mim para cada um. Então, depois
daquela breve notícia que dei ontem, hoje, mais acordada, beijo cada um,
agradecendo a torcida, as orações, as rezas, os bons pensamentos, a comunhão em
torno de uma boa notícia que veio para mim. Os nódulos estão lá, a cada tanto
devem ser acompanhados, mas não são motivo de preocupação.
UFA!
Continuemos juntos, amorosamente.
Grata!
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