O QUE A POLÍTICA EXPÕE DA FRAQUEZA MORAL DAS
PESSOAS
(Escrito em 29/09/2016)
Voto é muito sério. Mas
é sério demais mesmo. É a minha opção por escolher quem fará o que eu faria
para alcançar determinadas metas por mim almejadas para o que entendo ser uma
sociedade humanizada, justa, democrática.
Quando escolho e aperto
a tecla da urna eletrônica estou dizendo de mim mesma, estou anunciando quem
sou eu, pois meu gesto carrega em si quem eu vejo e sinto como parte de mim na
ação política concreta, seja no Parlamento, seja no Executivo.
Assim entendendo, como
posso escolher um candidato que é oportunista, um candidato que é corrupto (ou
omisso/cúmplice diante da ladroagem), um candidato preconceituoso ou com ideias
avessas à humanização, à justiça, à democracia? A não ser que eu mesma contenha
em mim mesma essas "qualidades"...
Por conta desse meu
entendimento, juro que me envergonho (a tal vergonha pelo outro) ao ver
pessoas, até pessoas que já considerei de bem, apoiando gente que mudou de lado
quando lhe foi conveniente. Instintivamente, quase eu mesma me encolho para não
sair na fita quando vejo gente que ontem, em Brasília, posava de papagaio de
pirata / apoiador da presidente e hoje faz campanha por quem a traiu
fragorosamente. É muita vergonha!
Não consigo me acostumar
com o império instalado de interesses mesquinhos. O tal do "meu pirão
primeiro" não me desce. Mesmo com pantoprazol antes e um outro antiácido
depois, é intragável, incomível.
Quero votar em quem
confio, em quem eu me veja refletida - em intenções e gestos.
É bem verdade que minha
ingenuidade foi pro brejo e me trouxe um luto pesado, que levarei para o túmulo
(leia-se "mar de Atafona"), mas é libertador, por mais doloroso que
seja.
SERAFINI em Niterói/
FREIXO no Rio.
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