Simples assim
(Escrito às vésperas da
eleição de 2014, em 27/09)
Do
fundo da minha alma, eis o critério de que me sirvo para desempatar qualquer
briga em 5 de outubro, simplinho, simplinho, simplinho, sem nem precisar
recorrer a grandes matemáticas ou reflexões: estou aqui esperando filhos e
amigos para o almoço, com uma deliciosa moqueca de peixe com banana da terra e
um escondidinho de camarão. Almocinho dos deuses, pelo menu e pela graça de
compartilhamento tão amoroso. Esse é o meu lado. Totalmente insuficiente! Eu
poderia ter por critério o meu estômago saciado e votar em quem pudesse
garantir mesa farta para alguns em detrimento de quem quer que fosse. Mas, e o
meu semelhante, que não está convidado para esta minha saborosa troca
afetivo-gastronômica de hoje? Quando, em que governo, a fome foi reduzida em
nosso país? Não vale ninguém se servir de estatísticas "positivistas"
e vir argumentar com aquela velha história de que há um frango, duas pessoas, uma
comeu o frango inteiro, a outra nem viu o galináceo e, estatisticamente, cada
qual comeu meio frango. Blefe como esse não vale! Então, votar hoje, me parece
ser mais simples do que fazer um pirão (e que tudo mais vá pro inferno!): quem,
mesmo com a garantia de ter sua mesa posta com fartura, tendo que governar no
estreito espaço de indesejáveis alianças, trata de reduzir a fome alheia e deve
contar com meu apoio incondicional? É com essa que eu vou. Simples assim.
Por outro lado...
(Escrito em 28/09/2014)
(complemento necessário
à minha postagem de ontem)
Também vejo clarinho, clarinho, que,
reduzida a fome de comida fortalecedora do corpo físico, é também fundamental
realimentar nossa população, todos nós, das delicias de se sentir com força
para conquistar novos tempos de igualdade e fraternidade, tempos apenas
viabilizados pela recuperação da esperança estraçalhada em nossos corações e
mentes. E, para tanto, o Legislativo deve ser tomado, cada vez mais, por
aqueles que ainda não desistiram da utopia de ver construída uma nova
sociedade, justa e democrática em seu sentido mais pleno. Gente já acomodada
"sabendo como a banda toca", gente desistente, insípida, sem garra,
deve permanecer sem mandato, e mantida em suas atividades formal e informalmente
voltadas para seus próprios interesses privados. Nas assembleias legislativas e
no congresso nacional deve ter assento outro tipo de parlamentares - ousados e
comprometidos com uma visão de mundo onde caiba o permanente sonho de que
"um outro mundo é possível". A mim me parece que, salvo algumas
poucas exceções, é em quadros partidários à esquerda - no PSOL e em raras
exceções do PT - que podemos encontrar em quem votar. Assim, o PT governa em
âmbito nacional dentro da margem do possível, enquanto o Parlamento se renova e
grita por mudanças, transformações e novos tempos.
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