segunda-feira, 26 de setembro de 2016

HISTORINHA DE VERDADE

    SERÁ O CASO?
(Escrito em 26/09/2016)

Adoro contar histórias para crianças. Fazer caras, bocas e vozes. Coisa de quem tem uma vocação para o palco, por mais mambembe que seja. Aliás, para falar em bom português, do que gosto mesmo é de inventar histórias. Daquelas que vão saindo, sem nenhuma lógica (aparente) e que fazem a criança ficar entregue à minha encenação e aos absurdos que vão ganhando vida por meu intermédio.
A ouvinte da vez, todos bem sabem, é Luna, a deusa da minha rua, a cereja do meu bolo, a lua do meu céu, a prenda da minha festa junina.
Ontem, aqui em casa, foi um dia de glória. Feito à mão. A muitas mãos. Filhos todos juntos (entenda-se dentro do conceito de FILHO o genro, Lu e Zeca, pais de Luna). O cardápio escolhido só por eles, em comum, eu só espreito e de antemão já sei que dali vem delícia. Só cuido de colocar um vinho tinto para dar uma geladinha e espero, entregue ao que Luna quiser de mim. Viro criança com ela e apenas brinco. Isso é tudo e basta.
Depois do almoço (este, é um caso à parte, não dá pra entrar aqui a descrição dos prazeres diante da massa caseira com gorgonzolla e as fraldinhas ao forno à moda argentina feitas por Martin Lozza, com a colaboração dos demais Zeca Azevedo, Mariana Lozza, Luciana Farias Sampaio e Mido...), bem, depois do almoço, rede com Luna e ... histórias, mote desta minha croniqueta de um domingo sem par. Para ficar na história.
Não sei se pelo vinho, pelo sono que se achegava ou pela mania mesma de rodopiar com minhas invencionices, a história de ontem foi surreal. Creio que mais do que de costume. Um leão. Um leão diferente. Um leão que tinha uma juba cor de manga e com gosto de manga. (Tudo contado com trejeitos e voz pausada). Ele caminha e encontra um macaco. Um macaco também diferente, com um rabo de cor diferente, cor de abacaxi e com gosto de abacaxi. Aí, um conversa com o outro. Leão e macaco ponderam... Haverá outros bichos diferentes como nós? E saem à procura de possíveis bichos diferentes. E não é que encontram? Quem? Um menino com os dentes que tinham gosto de morango... e seguem e encontram muitos mais: um peixe com a escama com gosto de limão bem azedo, uma galinha cuja asa esquerda possuía algumas penas com gosto de cerejas... e por aí fui, indefinidamente... Inúmeros bichos se achegaram... Até que achei que já havia bichos suficientes que justificavam que eu fosse caminhando para o fim da história. Coloquei todos em círculo ouvindo o leão, que começou a dizer – “vamos agora, cada qual provar o gostinho delicioso de cada qual: manga, limão, abacaxi...”
Agora, cedo, ao comentar com meu filho, Martin Lozza, as delícias de nosso dia de ontem, naquele friinho, com nossos amores mais achegados, acabei por relembrar, às gargalhadas, a minha historinha sem nexo. Ele parece, achou que eu exagerei desta vez e, com seu humor, sempre ácido, me repreende: “Mãe, de uma próxima, conta uma historinha da Disney mesmo...”

Muitos risos!!!!!!!! Altos!!!!!!!!!!!!! Ouviram daí?????????

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