sábado, 10 de setembro de 2016

BRT – DÚVIDA DE UMA MORADORA DA REGIÃO OCEÂNICA DE NITERÓI 

(Peço paciência dos amigos de minha cidade que transitam aqui pelo Facebook para lerem minha EXTENSA dúvida)
(Escrito em 10/09/2016)
Icaraí, praia de Niterói

Como moradora da Região Oceânica, teço algumas considerações e tenho grande interesse em ter informações sobre o novo BRT (não sei se é este exatamente o nome) que vai ser inaugurado aqui por perto. Tenho acompanhado a sua construção e espero que alguém possa me responder.
Não estou insatisfeita com os transtornos da obra, em absoluto! Eles existem, têm afetado moradores e o comércio local, mas são impossíveis de serem contornados. Obras exigem esse tipo de chateação. E, se são necessárias para o bem comum, mais ainda devem ser bem recebidas. Mas é que pensei, pensei e conversei com muitos moradores e não consigo entender a quem tal obra beneficiará. Não falo do túnel que, ao que tudo indica, é necessário, pois que encurtador de rotas! Eu falo do novo veículo que estará transitando na região. Ele é mesmo necessário? Justifica-se por seu alto custo? A quem beneficiará?
Parto da premissa de que uma obra deste porte e custo SÓ SE JUSTIFICA se for para resolver questões relativas ao transporte de massas e melhorar o trânsito da cidade.
Minhas considerações:
• a nova condução sai de uma estação localizada no entroncamento da estrada de Engenho do Mato com a estrada Francisco da Cruz Nunes e vai até Charitas, onde fica o seu ponto final, passando pelo túnel que está sendo construído, ligando a nossa região (Oceânica) a Charitas.
• Charitas é um bairro bem distante do centro da cidade. Ou seja, o novo veículo NÃO leva ao centro da cidade, para onde se dirigem, majoritariamente (ou ao ponto final ou a bairros que ficam no percurso), os trabalhadores da região. O novo ônibus sai do meio de um caminho e chega a um outro “meio do caminho”.
• Explicando: quem reside em Itaipu, Engenho do Mato, Itacoatiara e Várzea das Moças necessariamente tem que pegar um ônibus para se dirigir à estação do BRT. Ou, o que é mais provável, as pessoas virão de carro até a estação inicial (no tal entroncamento a que me referi) ou a alguma outra de suas estações e aí pegarão o BRT para se dirigir a Charitas.
• Imagino que, residualmente, possam existir moradores da região que venham a utilizar o BRT para transitar pela própria Estrada Francisco da Cruz Nunes, de um lugar a outro ponto da própria via, ao invés de utilizar os atuais ônibus, já que o itinerário do BRT segue pelo centro da Estrada Francisco da Cruz Nunes e apenas sai dela no Cafubá para ir em direção ao novo túnel. Daí, o atravessa, desembocando diretamente na praia de Charitas.
• Charitas é o bairro onde se localiza o Catamarã para o Rio, uma condução apenas usada por passageiros de maior poder aquisitivo, pois a passagem é bem cara. Pessoas mais bem remuneradas que, morando em Niterói, trabalham no Rio.
• Empiricamente, observa-se que os usuários do catamarã são justamente executivos que trabalham no Rio. Aliás, o catamarã não funciona nos finais de semana. As pessoas mais simples usam ônibus.
• A obra de criação das pistas exclusivas para o BRT subtraíram pistas de ida e de volta de carros da estrada Francisco da Cruz Nunes.
• Importante ressaltar que no atual quadro as pistas da Estrada Francisco da Cruz Nunes (antes da retirada das pistas pela obra) já eram sobrecarregadíssimas, com destaque para todos os dias no retorno à região, sempre com trânsito pesado, no final do dia, e no verão, em dias de sol.
Minha dúvida é uma só: em que esta obra será boa para os moradores da região oceânica?
Alguém já estudou o assunto e pode me ajudar a entender?

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