Em 19 de novembro de
2013
CADA UM TEM SEU DIA
DE ALUNO DA ESCOLINHA DO PROFESSOR RAIMUNDO...
Não sei qual era o personagem, nem qual o ator que o fazia[1].
Mas me lembro da existência de um dos alunos da famosa escolinha que, de
repente, ouvia de um outro colega alguma informação, mais do que sabida por
todos, e fazia de sua ignorância em relação ao assunto motivo de graça, ao se
surpreender, por desconhecer o assunto:
- “Napoleão Bonaparte, antes de morrer, viveu na Ilha de
Elba” – dizia o colega.
E o tal aluno respondia, espantadíssimo, mal deixando o
outro terminar de falar:
- “Napoleão morreu????????????”
Seu ar de surpresa era tão intenso que a turma vinha abaixo
em gargalhadas, a cada semana repetindo-se situação semelhante, como sói
acontecer neste tipo de humor que era e ainda é feito em nossas TVs.
Foi do que eu me lembrei na semana passada, quando vivi
situação tão ou mais grave quanto essa da possibilidade da morte de Napoleão
ainda espantar alguém. Ao visitar minha grande amiga Regina, lá pelas tantas,
ainda à mesa, após um delicioso almoço de típicos pratos árabes, nem sei ao
menos em função de qual motivação, ah, sei, sim, falávamos do Budismo, a minha
amiga se sai com esta:
- “Dizem os budistas que naqueles tempos em que Jesus sumiu,
dos 12 aos 30 anos, ele esteve na Índia, pois que ele era um Buda...”
Aí, foi a minha vez de me assustar, tal qual o moço da TV:
- “...E Jesus sumiu
por todo este tempo?”.
Regina, apavorada, retruca:
- “É o que isso, Carmen Lucia, vc foi aluna do Auxiliadora e
não sabe que Jesus ficou sumido não sei quantos anos?”
“NÃO, Regina!” – praticamente gritei, com os olhos
arregalados.
Era a primeira vez que ouvia falar em tal fato. Jesus
sumido? Por tanto tempo? E eu nunca soube disso? Meu Deus! O que fazia nas
aulas de Religião lá no colégio? Escrevia meus diários?
Claro que a discussão mudou de rumo, saiu do Budismo e veio
toda em direção à minha desmemória. Nunca ninguém se acostuma. Pairam dúvidas
sempre, tamanhos os absurdos de que já me esqueci em minha vida.
Pois, desta vez, até eu me assustei. Cheguei em casa e fui
logo à cata das informações sobre a vida de Jesus. E o que foi pior: tudo que
li a respeito do tal sumiço era totalmente novo para mim. Eu nunca soube disso
ou simplesmente me esqueci?
Pra me defender, fico aqui pensando que Regina deve ter
aprendido isso com Dona Hélia, as freiras estavam mais preocupadas com outras
coisas do que com a vida de Jesus...
[1] Ao
ler esta croniquinha, um amigo me trouxe à memória tanto o nome do personagem
como do ator: Rolando Lero, interpretado pelo inesquecível Rogério Cardoso.
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