sábado, 2 de julho de 2016

A BORBOLETA, A DISLEXIA E O VOTO

(Escrito em 13/10/2014)

As coisas todas se interligam. Pelo menos, essa premissa me acompanha há muitos e muitos anos, e eu não me canso de confirmar o seu valor. Alguém já disse que uma borboleta que bata as asas aqui no meu jardim interfere em outros e distantes ares e lugares do Planeta. Nem reclamo mais de mim mesma por nunca me lembrar títulos, nomes, autorias, como nesse caso, da poderosa borboleta em questão. Fico com o que interessa, o conceito, a impressão. O mais vai para o limbo, por total desnecessidade. É o tal caso do movimento da borboleta, de que recordo agora, quando quero expor a minha ideia de que as coisas todas do mundo se interpenetram de algum modo. Mesmo sem saber de que teoria faz parte ou quem foi seu autor, nobre ou plebeu, daqui ou de acolá. A borboleta não está só. E me faz pensar.
Digo isso, porque acabo de receber uma mensagem de uma mãe angustiada por ver seu filho rejeitado na escola – por ser disléxico – e fazer a dura opção de, cansada de vê-lo sofrer por ter que aprender o rol de NONSENSE que a escola vinha lhe propondo, retirá-lo da escola (particular, diga-se de passagem) e deixá-lo em casa até pensar melhor o que fazer para o próximo ano. A angústia dessa mãe me levou a pensar no seu caso (a borboleta batendo asas) e o que vai em torno, nas demais áreas da vida, no caso, o voto que daremos todos nós no final do mês para presidente. O que uma coisa tem a ver com outra? Seria um descalabro eu ficar me perturbando, associando um sofrimento tão pessoal, acontecido numa cidade tão pequena de um estado tão distante do Sul, ao conjunto da obra, que é a nossa decisão sobre quem governará o Brasil nos próximos quatro anos?
Com a mãe, é evidente que, junto com outros amigos, com ela estabeleci, imediatamente, o necessário diálogo para encontrar apoios e saídas para o drama vivido. Eleições, obviamente, passaram, como deveria ser, ao largo de nossa conversa.
Mas, cá com minha alma, dei de pensar: qual a candidatura que aponta para uma maior esperança em relação ao respeito à diversidade, ao mundo ser menos perverso, à possibilidade de o menino que gosta tanto de música não ser obrigado a decorar os verbos irregulares e sua conjugação?

Pensei e compartilho. E pior: entendendo ser totalmente justa a ligação que faço entre alhos e bugalhos. 

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