SOBRE
FRANCISCO, NOVAMENTE
DEUS EXISTE, E É BRASILEIRO!
(Escrito em 25/07/2013)
As aflições que inúmeras pessoas sentiram por conta da (in)segurança prestada
ao Papa na sua chegada e, para dar o necessário arremate, o fracasso do retorno
dos peregrinos às suas respectivas hospedagens, na madrugada de ontem, diante da
pane irestrita do sistema de transportes, se outras não há, é a prova mais
cabal e definitiva de que Deus existe. E é brasileiro.
As máscaras caíram! O rei está nu! Os ausentes ou péssimos serviços públicos que são prestados à população brasileira ganharam dimensão internacional e só isso já nos aproxima mais ainda do Papa Francisco, pelo bem que veio fazer ao nosso País.
Até o último grande evento, que eu me lembre, quando Ronaldo Fenômeno atravessou uma imensa passarela, no meio da multidão na praia de Botafogo (ou seria do Flamengo?) levando a tocha olímpica – e tudo funcionou mágica e sincronizadamente, sem atropelos, numa organização mais do que impecável (se bem que ali, quanto ao evento em si, contávamos com a incomparável competência do gênio Péricles de Barros e sua mais do que eficiente companheira Ângela Azevedo), mas quanto ao mais, naquilo que dependeu da prestação dos serviços, por parte do poder público que atua na cidade, não se soube de atropelos ou quase desastres, como agora.
Até aquela ocasião, me parece, os serviços iam sendo prestados precariamente, mas tudo mantinha-se meio camuflado. Disfarçava-se e tudo prosseguia no dia seguinte, sem nenhum alarde. Para efeito externo, tudo 100%; para nós, dependentes do papel do Estado na garantia dos nossos direitos básicos, o fingimento gerava até novos ditos populares que muitos, até ingenuamente, repetiam, sem se dar conta da gravidade da situação – “eles fazem de conta que dão educação, nós fazemos de conta que cumprimos a nossa parte”. Tudo “arreglado”, os fracassos mantinham-se permanentes, subjacentes, sem nenhum tumulto. Sabíamos nós, os prestadores dos serviços, e aqui eu falo de dentro de uma categoria específica, a dos professores. Tudo em paz! (Aliás, aproveitando o embalo: duvido quem me diga de pronto o nome do secretário de educação do estado. Nunca senti tanta falta de Dona Myrtes Wenzel – e olhem que estivemos em lados bem distintos quando de nossas lutas na década de 70).
Dali pra cá, o descompromisso dos nossos representantes chegou a um nível tão alarmante, cruel, insustentável, crítico, as verbas que passaram a sobrar para os serviços públicos passaram a ser tão apequenadas que, cá na ponta, chegam quantias impossíveis de atender a qualquer setor com um mínimo de qualidade. Vergonha!
Hoje, nossos meninos estão nas ruas. Não inauguraram tal forma de protesto, é verdade, mas estão inaugurando novas formas de ocupá-las. E Francisco chegou, também usando física e simbolicamente as ruas, para aclarar o que até então estava camuflado. Juntou-se a fome com a vontade de comer. Como soe acontecer em momentos de crise, vem pondo-se de pé a base para que avancemos na conquista de nossos direitos fundamentais. Parece mesmo o fim de um ciclo. Quem sabe um dia a gente (as próximas gerações que isso não dá para eu alcançar, pois é um direito bem mais elaborado...), mas, quem sabe, até, um pouco mais adiante, a gente não venha a incluir aquele outro direito, mais difícil, o direito a ser feliz? Ele já está sendo reivindicado por aí...
Viva nós! Viva o povo brasileiro! Viva o Papa Francisco! Pois que, graças a ele, nosso país é outro, mostrou-se visível,o pó acumulado saiu debaixo dos tapetes, está aí, a ser visto a olho nu, pronto para seguir um outro destino. Aqui na terra mesmo, sem precisar ninguém esperar pela vida eterna.
Está em nossas mãos! Vamos adiante! Aliás, nem fui eu quem disse de nossa responsabilidade. Foi ele, o bom argentino, no seu discurso de ontem.
Terá sido seu primeiro milagre? Cá entre nós, ando tão à mercê de Francisco e seus encantos que acho um dia ainda volto a catolicar, como diz uma amiga minha já meio madurona – “É, estou envelhecendo, está quase na hora de eu voltar a rezar meus terços...”. Ou como disse uma atriz numa entrevista, ao ser indagada pela entrevistadora o porquê de tantos santos em sua casa: “É, minha filha, quando o diabo não quer mais, a gente se lembra de Deus”.
... E mais não digo, se não poderei ficar mais irreverente do que de costume. E também tenho que parar para rir de mim mesma. Quer melhor? O dia hoje vai ser bom!
As máscaras caíram! O rei está nu! Os ausentes ou péssimos serviços públicos que são prestados à população brasileira ganharam dimensão internacional e só isso já nos aproxima mais ainda do Papa Francisco, pelo bem que veio fazer ao nosso País.
Até o último grande evento, que eu me lembre, quando Ronaldo Fenômeno atravessou uma imensa passarela, no meio da multidão na praia de Botafogo (ou seria do Flamengo?) levando a tocha olímpica – e tudo funcionou mágica e sincronizadamente, sem atropelos, numa organização mais do que impecável (se bem que ali, quanto ao evento em si, contávamos com a incomparável competência do gênio Péricles de Barros e sua mais do que eficiente companheira Ângela Azevedo), mas quanto ao mais, naquilo que dependeu da prestação dos serviços, por parte do poder público que atua na cidade, não se soube de atropelos ou quase desastres, como agora.
Até aquela ocasião, me parece, os serviços iam sendo prestados precariamente, mas tudo mantinha-se meio camuflado. Disfarçava-se e tudo prosseguia no dia seguinte, sem nenhum alarde. Para efeito externo, tudo 100%; para nós, dependentes do papel do Estado na garantia dos nossos direitos básicos, o fingimento gerava até novos ditos populares que muitos, até ingenuamente, repetiam, sem se dar conta da gravidade da situação – “eles fazem de conta que dão educação, nós fazemos de conta que cumprimos a nossa parte”. Tudo “arreglado”, os fracassos mantinham-se permanentes, subjacentes, sem nenhum tumulto. Sabíamos nós, os prestadores dos serviços, e aqui eu falo de dentro de uma categoria específica, a dos professores. Tudo em paz! (Aliás, aproveitando o embalo: duvido quem me diga de pronto o nome do secretário de educação do estado. Nunca senti tanta falta de Dona Myrtes Wenzel – e olhem que estivemos em lados bem distintos quando de nossas lutas na década de 70).
Dali pra cá, o descompromisso dos nossos representantes chegou a um nível tão alarmante, cruel, insustentável, crítico, as verbas que passaram a sobrar para os serviços públicos passaram a ser tão apequenadas que, cá na ponta, chegam quantias impossíveis de atender a qualquer setor com um mínimo de qualidade. Vergonha!
Hoje, nossos meninos estão nas ruas. Não inauguraram tal forma de protesto, é verdade, mas estão inaugurando novas formas de ocupá-las. E Francisco chegou, também usando física e simbolicamente as ruas, para aclarar o que até então estava camuflado. Juntou-se a fome com a vontade de comer. Como soe acontecer em momentos de crise, vem pondo-se de pé a base para que avancemos na conquista de nossos direitos fundamentais. Parece mesmo o fim de um ciclo. Quem sabe um dia a gente (as próximas gerações que isso não dá para eu alcançar, pois é um direito bem mais elaborado...), mas, quem sabe, até, um pouco mais adiante, a gente não venha a incluir aquele outro direito, mais difícil, o direito a ser feliz? Ele já está sendo reivindicado por aí...
Viva nós! Viva o povo brasileiro! Viva o Papa Francisco! Pois que, graças a ele, nosso país é outro, mostrou-se visível,o pó acumulado saiu debaixo dos tapetes, está aí, a ser visto a olho nu, pronto para seguir um outro destino. Aqui na terra mesmo, sem precisar ninguém esperar pela vida eterna.
Está em nossas mãos! Vamos adiante! Aliás, nem fui eu quem disse de nossa responsabilidade. Foi ele, o bom argentino, no seu discurso de ontem.
Terá sido seu primeiro milagre? Cá entre nós, ando tão à mercê de Francisco e seus encantos que acho um dia ainda volto a catolicar, como diz uma amiga minha já meio madurona – “É, estou envelhecendo, está quase na hora de eu voltar a rezar meus terços...”. Ou como disse uma atriz numa entrevista, ao ser indagada pela entrevistadora o porquê de tantos santos em sua casa: “É, minha filha, quando o diabo não quer mais, a gente se lembra de Deus”.
... E mais não digo, se não poderei ficar mais irreverente do que de costume. E também tenho que parar para rir de mim mesma. Quer melhor? O dia hoje vai ser bom!
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