terça-feira, 12 de julho de 2016

CACOS

Há muitos anos isto não acontecia. Mas ontem, durante o café da manhã, por um movimento inesperado, lá se foi ao chão a bonita garrafa térmica preta que há anos nos acompanha,  anunciando, ela própria, em cima do lance,  pelo som que liberou de seu interior, a certeza de que sua vida útil chegará ao fim. O barulhinho tipico dos mil cacos em que sua proteção espelhada se transformou, quando eu a trouxe do chão da cozinha de volta à mesa, não deixou dúvidas: fim de linha, cessação de missão,  término de caminho.

Com a garrafa, eu sei bem o que fazer. Até tenho opção: ou comprar uma nova ou repor o miolo, que existe à venda lá  pelo centro da cidade.

Mas, e com este governo em frangalhos, o que fazer?  Como vamos continuar a assistir ao despencar dos frutos podres que murcham, ao chocoalhar dos fragmentos asquerosos em suas  sucessivas quedas,  ao desmantelar do engodo que tentam emplacar sem a menor legitimidade?

Um jurista,  pelo amor de Deus!

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